Sintet convoca greve na rede municipal em Palmas e causa divisão na categoria

Sintet convocou greve na rede municipal de educação no último sábado. Educador contrário à greve diz que há politização no sindicato, cobra transparência e diz que greve causará instabilidade.

Professores querem greve
Descrição: Professores querem greve Crédito: Divulgação

Em assembleia realizada no último sábado, 29, educadores da rede municipal de Palmas, votaram pelo indicativo de greve. A assembleia foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Tocantins (Sintet), que listou motivos. A possibilidade de greve, no entanto não agradou a todos. Categoria decidirá se irá deflagrar a greve em nova assembleia que será relizada no dia 15 de novembro. 

 

O educador Luciano Coelho, que participou da assembleia convocada pelo sindicato, disse que levou diversos dados comprovando que não há motivos extremos para uma greve na rede municipal de educação, a três meses do fim do período letivo. Segundo ele informou ao T1, “há uma politização no movimento, já que o sindicato está entrando em período eletivo”.

 

Luciano afirmou que os educadores estão cobrando do Sintet transparência nas contas, e acusou o sindicato de querer “provocar instabilidade na população”. Com as proximidades das eleições da nova diretoria do sindicato, os filiados querem uma prestação de contas.  

 

Salários em dia

O educador disse que, apesar de saber que algumas unidades escolares estão precisando de melhorias, “não há motivos suficientes para a greve. O Sintet está usando o terrorismo da greve para criar uma instabilidade desnecessária na sociedade”, disse Luciano, afirmando ainda que os pais ficam desesperados com essa possibilidade.

 

O educador informou ainda que a situação na educação municipal é diferente da rede estadual. Os salários estão sendo pagos em dia e não há progressões ou data-base atrasadas.

 

O Sintet encabeçou uma greve na rede Estadual de Educação, que terminou na última semana onde, após praticamente três meses de negociação com o governo não houve muitas mudanças no cenário geral e professores e alunos acabaram saindo prejudicados.

 

“Percebi que na greve da rede estadual os professores não saíram ganhando em nada. Se os professores do município entrarem em greve, quem vai pagar depois? Quem vai pagar nas férias?, questionou Luciano Coelho.

 

O Sindicato

O Sintet possui hoje mais de 13 mil profissionais da educação filiados, com diretoria regionais em Palmas, Araguaina, Gurupi e mais sete municípios. Ao T1 Notícias o coordenador do Sintet da regional de Palmas, Joelson Pereira, refutou as acusações e disse que o indicativo de greve foi decidido pela maioria.

 

“Estamos desde fevereiro dialogando com o secretário de Educação sobre decisões que estão afetando negativamente os educadores nas salas de aula”, disse Joelson. O coordenador disse que ainda que “existe opinião contrária. O Sintet tem oposição”.

 

Reivindicações

Na assembleia, o sintet destacou as seguintes reivindicações que justificariam o estado de greve: “não aceitar imposição da data para reposição do dia 29 de Agosto (A comunidade escolar deve decidir e não apenas a "equipe diretiva"); Climatização das salas das unidades escolares; Retirada do PL/25(Descaracteriza o PCCR); Eleições para Diretores(as) Escolares; Pagamento das progressões e titularidades; 30% do Orçamento para Educação; Reajuste a partir do custo Aluno; Revisão da Modulação; Pagamento do 1/3 de férias”.

 

No dia 15 de setembro a categoria irá se reunir em assembleia e, se não houver negociação com o governo, a greve poderá ser decretada. 

 

Semed irá avaliar

A Secretaria Municipal da Educação de Palmas (Semed) informou por meio de nota ao T1 Notícias que irá analisar as reivindicações dos professores e irá se dispor à negociação. Confira a nota na íntegra:

 

Nota

A Secretaria Municipal da Educação de Palmas (Semed) informa que irá analisar a proposta protocolada na tarde desta segunda-feira, 31, pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Tocantins (Sintet). Após essa análise a Pasta vai se posicionar quanto às reinvindicações da categoria e se dispor à negociação.


A Semed adianta que algumas das demandas, que foram apresentadas anteriormente, já estão encaminhadas, pois fazem parte das políticas educacionais da atual Gestão.


A Secretaria reforça o seu permanente diálogo com a categoria, e prova disso são as reuniões mensais que acontecem durante todo o ano entre o Sintet e a equipe gestora da Semed, com intuito de encontrar meios para a constante melhoria da Educação Municipal.

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