Capital mais nova do país, Palmas se destaca pelo menor índice de inadimplência

A análise desses três anos é particularmente importante para se compreender o exato papel do crédito no processo de desaceleração nítida do consumo que foi iniciado em 2012

Apesar de ser a Capital mais nova do país, Palmas recentemente foi destaque na mídia nacional por ter o mais baixo índice de inadimplência do país em um levantamento realizado entre os anos de 2011 e 2013. As informações fazem parte da pesquisa Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações do IBGE, Banco Central e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

                                                                                                             

Palmas apresentou na pesquisa a menor porcentagem de inadimplência do País, 8%. Além disso, das sete capitais da região Norte, quatro ficaram acima da média brasileira de endividamento das famílias, sendo que Palmas e Belém/PA ficaram em primeiro lugar com 78%, seguido de Rio Branco/AC (69%) e Macapá/AP (68%). No ranking nacional, Palmas registrou o quinto lugar das maiores taxa de endividamento.

 

Para o presidente da Fecomércio Tocantins, Itelvino Pisoni, a radiografia demonstra dados positivos para os Palmenses. “Essa pesquisa demonstra dados de 2011 a 2013, então a situação econômica era outra. Porém, Palmas é cenário de uma economia pujante, até porque é uma Capital nova, existem muitas construções e instalação de novas empresas. Nesse período, a taxa de contratação de emprego formal também era alta. E se o consumidor está endividado, isto significa que houve vendas/consumo e isso é bom para a economia. Ainda mais com inadimplência baixa”, ressaltou.

 

Itelvino observou ainda que as famílias de Palmas estão organizando melhor seu orçamento familiar. “Os dados confirmam que as famílias em Palmas tendem a se planejar melhor na hora de adquirir um bem ou produto, baseando de acordo com sua renda mensal, já que a inadimplência é tão baixa. Em média, as famílias em Palmas tendem a comprometer 33% da renda com dívidas, o que segundo economistas é um percentual razoável”, disse.

 

Ainda segundo o presidente Itelvino, as possíveis causas para essa taxa que chamou a atenção de todos pode ser o emprego formal e os altos juros. “A Capital tem, em grande parte, seus empregos formais fixados na administração pública, cerca de 50 %, portanto, as pessoas podem fazer um planejamento e realizar suas compras à longo prazo. Outro fator é que no ranking de tipos de dívidas em Palmas, geralmente, aparece com destaque o cartão de crédito e o financiamento de carro, que tem juros altíssimos quando não quitados em dia”, explicou.

 

Sobre a Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras

A análise desses três anos é particularmente importante para se compreender o exato papel do crédito no processo de desaceleração nítida do consumo que foi iniciado em 2012, como parte importante do fraco desempenho do nível geral das atividades verificado nesses últimos anos.

 

Para melhor compreensão, o estudo faz avaliações em duas esferas: uma baseada em dados nacionais, sem segmentação regional, tomando por base as informações oficiais de crédito mensalmente divulgadas pelo Banco Central. Além do INPC, contagem populacional, Pesquisa mensal de emprego e POF, todas do IBGE. Na segunda parte, é feita uma avaliação detalhada baseada nos dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC), produzidos pela Confederação Nacional do Comércio nas 27 capitais brasileiras e que sedimentam os diagnósticos sobre as diferenças dos comportamentos regionais sobre o uso do crédito.

 

A PEIC, realizada pela Confederação Nacional do Comércio em todas as capitais brasileiras, entrevista mensalmente 17,8 mil pessoas nessas cidades, produzindo, de forma direta, mais de 213 mil questionários por ano com dados informados de maneira direta pelos consumidores sobre a sua realidade de endividamento, capacidade de pagamento e perfil da situação de suas dívidas. Os valores totais das 27 capitais têm uma margem de erro de apenas 0,73 ponto percentual.

 

 

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