O atendimento médico de urgência e emergência no maior hospital do Estado, o HGPP, estará comprometido a partir do próximo mês para diversas especialidades, conforme informaram médicos que atendem no hospital, ao Portal T1 Notícias esta semana. É que sem os plantões extras - implantados na gestão da ex-secretária Vanda Paiva, e suspendidos pelo atual gestor da pasta logo que assumiu - não haverão profissionais suficientes para a demanda.
A presidente do Sindicado dos Médicos do Tocantins (Simed), Janice Painkow, confirmou ao Portal T1 Notícias, na tarde desta quarta-feira, 30, que em reunião realizada na noite de terça-feira, os médicos de todo Estado decidiram não realizar mais os plantões extras, em todas as unidades hospitalares, administradas pelo governo do Estado.
Janice explicou que foram dois motivos que levaram a essa decisão. “Uma das causas, é que os profissionais médicos contratados e concursados, não aceitam mais a exposição que vêm sofrendo, devido as más condições de trabalho, com falta de suprimento e de medicamentos, o que prejudica a atuação médica e expõem o profissional diante dos pacientes e familiares”.
A presidente do Simed falou ainda que os médicos não são obrigados a fazer plantão extra e como estão trabalhando há meses com dificuldade para receber, esse outro motivo também pesou na decisão da paralisação. “Já encaminhamos documentos ao Governo em outros momentos buscando sensibilizar os gestores para a necessidade de cumprir com os pagamentos em dia, mas não houve retorno satisfatório”.
Sem extras, não há médicos para o plantão
Ainda segundo Janice, os médicos que trabalham atualmente para o governo não são o suficiente para completar as escalas de plantão em todo o mês, somente com os plantões extras ou a contratação de novos profissionais, a carga horária poderá ser preenchida.
“Com a paralisação, algumas especialidades médicas de hospitais no Estado, terão atendimentos apenas até o dia 15, outros dia 22. Já no HGP a clínica médica, que presta serviços de urgência e emergência, por exemplo, caso não sejam contratados novos médicos, terão atendimentos apenas até o dia 18”, explicou Janice Painkow, que ressaltou ainda, que a paralisação já inicia a partir da tabela de plantões deste mês de agosto.
A presidente do Simed disse ainda que, em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Tocantins, está produzindo um documento oficial esclarecendo os motivos da paralisação dos plantões extras dos médicos que trabalham para o governo do Estado, que será enviado aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, Órdem dos Advogados do Brasil seccional Tocantins, Governo do Estado, Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Segurança Pública e imprensa em geral.
Sesau disse que ainda vai se reunir com sindicato
A Secretaria Estadual da Saúde informou por meio de nota ao Portal T1 que os plantões extras são facultativos, ou seja, fica a cargo de cada servidor a realização do mesmo. A Secretaria disse tambem que irá se reunir com o Sindicato dos Médicos nesta sexta-feira para tratar do assunto.
A Sesau reiterou ainda que vai continuar cumprindo seu dever constitucional de prestar atendimento de saúde a toda população tocantinense.
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