Faltando 22 dias para a eleição, a hora da verdade vai chegando para todos

TSE confirma Marcelo Miranda, retira Lélis da disputa na vice e campanha ganha tons de decisão na reta final. Hora da verdade vai chegando para todos nos palanques e no horário de TV, faltando 22 dias

Marcelo e Sandoval: hora da verdade vai chegando
Descrição: Marcelo e Sandoval: hora da verdade vai chegando Crédito: Pedro Barbosa

A confirmação do registro de candidatura de Marcelo Miranda(PMDB) ao governo do Estado na noite de ontem, quinta-feira, 11 no TSE jogou um balde de água fria no argumento mais forte do palanque governista até aqui nesta campanha: a de que Miranda não poderia ser candidato.

 

Lá, como aqui no TRE, prevaleceu o entendimento de que Miranda não estará prejudicado pelo Rced 698 na data da eleição. A rejeição de contas por sua vez, tem seus efeitos suspensos pela liminar ainda em discussão no Tribunal de Justiça.

 

A dúvida que ainda é alimentada nas redes, é de que se a liminar vier a cair nos próximos dias no TJ, ainda haveria tempo para cassar o registro de Miranda. É difícil. O momento do registro favoreceu o candidato do PMDB no TRE e voltou a favorecê-lo no TSE. A discussão sobre a forma como se deu a votação a Assembléia Legislativa é matéria Constitucional. Um tema que ainda renderá muita discussão jurídica, ensejando a manifestação de opiniões contrárias e favoráveis até que STJ e STF se manifestem sobre o assunto. Mas é uma discussão superada no momento do registro da candidatuta e na sua confirmação.

 

Favas contadas, faltando 22 dias para a eleição, Marcelo é candidato. E enfrentará nesses dias, outra discussão que seus adversários começaram a trazer a público nos programas eleitorais já há alguns dias: as acusações de improbidade administrativa que pesam sobre ele. 

 

Em sua maioria são ações movidas pelo Ministério Público. Dezenas delas protocoladas agora, às vésperas de prescreverem, em pleno período eleitoral. Coisa que não acaba tão cedo.

 

 

Reta final, com novo vice

 

 

A chapa que acaba de perder Marcelo Lélis na sua vice, deverá ser recomposta com outro nome até segunda-feira, 15. É o prazo final para substituição de candidatos, conforme entendimento sobre a legislação em vigor.

 

Lélis divulgou hoje numa carta seu sentimento sobre a decisão do TRE, de manter parcialmente a condenação inicial da sentença proferida pelo juiz Marcelo Faccioni. Ele tem ainda pela frente recursos ao TSE que envolverão o mérito da questão. O que importa agora, para este momento eleitoral, é a retirada rápida do nome questionado e a indicação de outro que mantenha a força da chapa.

 

Este momento é um divisor de águas para a coligação. Se indicar o deputado estadual Freire Jr., candidato a federal como já corre nos bastidores, a majoritária estará literalmente “desmanchando” a chapa proporcional à Câmara dos Deputados.

 

Do jeito que a campanha está nas ruas, o bloco governista fará quatro das oito vagas e os oposicionistas farão mais quatro. Sem Freire Jr., faltando 22 dias, não há poder de transferência que assegure que outro candidato conseguirá o feito de segurar estes votos.

 

Achar outro nome com as condições de manter vivo o capital político de Marcelo Lélis e o trabalho construído pelo PV no interior no último ano na chapa é que são elas.

 

 

Sandoval vai para o tudo ou nada

 

 

A campanha governista, por sua vez, mudou o tom da campanha, adotando uma postura mais agressiva e de confronto contra o passado de Marcelo Miranda, na condição de gestor.

 

Repetir várias vezes que Miranda é “ficha suja”, enquanto Sandoval é “ficha limpa” tem sido a tônica dos palanques, redes sociais e horário eleitoral.

 

Tentar separar a imagem do ex-governador Siqueira Campos da de Sandoval, eleito pela via indireta, numa dupla renúncia acontecida em abril tornou-se fundamental e tarefa difícil para os marqueteiros da campanha oficial.

 

A utilização da imagem de Siqueira, com trucagem, colocando o ex-governador para repetir, na cerimônia de transferência de faixa, em 2003, que sempre apoiará Miranda soou extremamente ofensiva.

O efeito é devastador entre os Siqueiristas e ex-Siqueiristas, que já começaram a formar grupo em torno da senadora Kátia Abreu, como se viu nos últimos dias.

 

Sandoval tem pregado que é governador nos últimos quatro meses apenas e que neste meio tempo revolucionou a gestão do Estado. Argumenta que não é responsável pela má gestão do próprio governo Siqueira. Sustenta que criou grupo próprio em quatro meses. A oposição por sua vez contrapõe e relembra que ele foi eleito por 15 deputados, a base de sustentação do mesmo governo que foi escolhido para suceder, e que já governava desde janeiro de 2011.

 

É uma missão dura fazer esse convencimento de que Sandoval não tem nada a ver com Siqueira.

 

 

Compra de votos pode desequilibrar

 

 

Assim, caminhando para o dia 5 de outubro,esta reta final como em toda campanha, torna-se decisiva para a consolidação dos votos ou para uma mudança de posição do eleitorado. Ela vai chegando em meio a denúncias mais variadas de aliciamento de líderes e compra de votos. Um assunto sobre o qual a imprensa pode fazer pouco. Cabe aos cidadãos denunciarem, ao Ministério Público provocar e à polícia investigar. A hora do flagrante é agora e não depois das eleições.

 

O poderio financeiro de forma muito evidente numa campanha afronta a dignidade do eleitor e compromete o processo democrático, influenciando desonestamente no resultado da eleição.

 

Na virada da segunda quinzena de setembro, o que a campanha nas ruas está conseguindo fazer é deixar claras as verdades inconvenientes para cada lado nesta disputa.

 

É diante do que é real ou não no perfil de cada candidato, e diante do que representa para o Estado a vitória de cada grupo, que o eleitor terá que fazer sua escolha.

 

O voto afinal é o grande instrumento para mudar a vida de um povo. Ele é pessoal, intransferível e gera consequências duradouras para a coletividade. Está chegando a hora de exercê-lo.

 

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