Governo fecha semana com boa escolha no TCE e tenta resgatar a biografia de João

Amigos, vai terminando a primeira semana de gestão do novo governador do Tocantins, Sandoval Cardoso. O governo acerta na indicação que faz ao TCE: André Matos é um excelente quadro técnico

André de Matos: quadro técnico no TCE
Descrição: André de Matos: quadro técnico no TCE Crédito: T1 Notícias

Como o próprio Sandoval disse ao finalizar seu discurso pedindo voto no domingo passado na Assembléia Legislativa, não é um novo caminho, nem um novo governo. É apenas seu jeito próprio de caminhar...

 

Nesse jeito, está evidente, Sandoval vem prezando cumprir os compromissos assumidos ao ganhar a confiança de Eduardo -  há mais ou menos dois anos – e a do ex-governador Siqueira Campos.

 

Nos primeiros atos, cumpre a tarefa de indicar - para aprovação da maioria de 15 que exibiu ter na Assembléia Legislativa – o novo membro do Tribunal de Contas.

 

Ao encaminhar o nome do Procurador do Estado, André Matos, o governo acerta na escolha por vários motivos. O primeiro é que André não é político, é um quadro técnico da melhor qualidade técnica, incontestável saber jurídico e atuação nos últimos anos em dois governos, em cargos de confiança. Governos opositores entre si.

 

Aos que acham que ele estará no TCE para prestar qualquer tipo de serviço, sempre é bom lembrar sua reação à imposição feita pelo então governador Carlos Gaguim para que votasse no candidato que ele queria na eleição do Sebrae. Já com a palavra dada em favor de Benildes Garção, André perdeu a reitoria da Unitins, mas não perdeu a vergonha.

 

Pode-se esperar que ele não cometa absurdos sentado na cadeira do TCE. Não por que seja ingrato, mas por que tem currículo, história, formação militar. E até aqui tem demonstrado ter outra coisa que se traz de berço: caráter.

 

Salvando a biografia de João

 

A outra cena interessante na primeira semana de Sandoval governador, foi vista na Agrotins na quarta-feira.

 

Depois do ato oficial de abertura da feira, o grupo governista foi almoçar. Presentes o governador, o presidente da Assembléia, diversos prefeitos e – note-se – o ex-senador Eduardo Siqueira Campos, o ex-vice governador apareceu renovado.

 

Animado, longe do estado de recolhimento que o abateu logo após a renúncia, João Oliveira ressurgiu das cinzas anunciando candidatura a deputado federal. 

 

A princípio, disputa com a professora Dorinha, no Democratas. Esta, enfrenta decisão de inelegibilidade em primeira isntância numa acusação meio sem sentido, de que não licitou compra de livros na Seduc. Como se um livro pudesse ser comparado a outro no preço. Ainda cabe recurso. Mas vamos lá.

Embora vá disputar vaga de federal numa chapa pesada, João Oliveira volta à cena com uma incumbência especial: buscar os eleitores da base de Irajá Abreu, presidente do PSD. A articulação cumpre dois papéis: o primeiro e mais evidente é que ao dar ao ex-vice-governador a oportunidade de ser candidato (e isso inclui colégios eleitorais e estrutura de campanha), o grupo governista tenta salvar sua biografia.

 

Tenta, porque o ato só apaga a mancha histórica da renúncia antecipada, se Oliveira se eleger. Mas já é uma iniciativa que mexe no ânimo da tropa siqueirista. Afinal, ficaria mal demais Oliveira deixando o governo e saindo da vida pública pela porta dos fundos, depois de trair o seu grupo original -  da senadora Kátia Abreu que impôs sua posição de vice na chapa – e trair os votos conquistados na urna, para ser vice até o final.

 

Uma história, como se sabe, pode ser contada de várias maneiras. Uma eventual vitória nas unas resgata a biografia de João.

 

No mais, dizem os novos palacianos, há um plano em curso para fortalecer a imagem de Sandoval, sem vínculo de subserviência aos dois mandatários que deixaram o Palácio. Missão difícil e melindrosa.

 

Já os palacianos antigos afirmam, como disse Jaime Café ao T1 Notícias na quinta-feira, que Eduardo Siqueira é mesmo o candidato ao governo. “Política é uma coisa muito dinâmica. O governo tem muito o que mostrar”, afirmou o presidente do PSDB.

 

A mágica é mostrar isso, combater os altos índices de rejeição, recuperar o apoio e apelo popular.

 

Pode acontecer? Até pode. Mas no quadro atual, para que isso aconteça, governistas terão que contar com uma dose grande de egoísmo, desunião e incompetência da oposição.

 

Veremos...

(Atualizada às 14h18 de 10/5)

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