Os indiferentes, a reta final e as lições que 2010 tem a nos relembrar

Campanha está polarizada mais uma vez na história do Tocantins para a disputa a governo. Na reta final, o vale tudo toma conta do jogo. Como em 2010, uma multidão de indiferentes não decidiu ainda...d

Está chegando a hora de decidir
Descrição: Está chegando a hora de decidir Crédito: Web

A campanha para presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual entra na reta final oficialmente nesta segunda-feira, 29.

 

No próximo domingo, tocantinenses de todos os rincões do Estado vão às urnas para decidir quem comandará o Tocantins pelos próximos quatro anos no Executivo estadual. E quais os deputados que terão a incumbência de fiscalizar este mesmo governo na Assembléia Legislativa.

 

Pouca gente está com a eleição decidida no Estado. Em todas as rodas pelas quais circulo, escuto três nomes que não teriam com o que se preocupar, dada a movimentação de suas campanhas ou a sinalização já dada pelo eleitor nas ruas e pesquisas de intenção de votos. Kátia Abreu para o Senado, lidera com folga absoluta. Dulce Miranda na disputa pela Câmara Federal, e Eduardo Siqueira Campos na disputa pela Assembléia Legislativa.

 

Independente da lista de favoritos, há um dado que chama a atenção e que deve estar causando a preocupação dos candidatos majoritários e proporcionais: a imensa multidão dos indiferentes, que seguem alheios ao que se passa na disputa eleitoral.

 

É gente que segue com suas vidas e se interessa pouco pela política partidária. Gente que ainda não sabe em quem vai votar e provavelmente chegará assim no dia 5 de outubro. Uns por apatia, outros por que estão muito longe fisicamente das cidades onde o embate tem seus protagonistas mais ferrenhos de lado a lado.

 

O que acontecerá com estes votos? Chegarão às urnas? Serão descarregados nos brancos e nulos? É atrás destes: os que ainda não se decidiram, que a maioria dos candidatos nas eleições proporcionais (Federal e Estadual) estão empenhados nestes últimos dias.

 

O que os numeros têm a dizer

 

Este ano o Tocantins tem 996 mil e 887 eleitores aptos a decidir pelo futuro do Estado. Destes nem todos são obrigados a votar. Há os que pela idade avançada, por exemplo, estão dispensados, mas ainda assim insistem em participar do pleito, dando sua contribuição.

 

A maior zona eleitoral é a 029, que concentra os votos da capital, Palmas. Em 2010, foram decisivos os votos de Palmas e de Araguaína para dar a Siqueira Campos a vitória sobre Carlos Gaguim. Pouca coisa acima de 7 mil votos definiram as eleições.

 

Naquele pleito, de 948 mil 920 eleitores cadastrados, apenas 772 mil, 644 votaram no primeiro turno das eleições, que definiu governador, senadores, deputados estaduais e federais.

Um número impressionante, por ser reduzido, e indicar a insatisfação dos eleitores com a eleição polarizada e as opções disponíveis, foi o de eleitores que votaram para governador: 692 mil 021.

 

O eleitor que compareceu às urnas naquele outubro de 2010, se mostrou mais estimulado a votar, por exemplo, nos deputados federais: 728 mil 049 votos dados. Ou nos deputados estaduais: 736 mil e 306 votos computados.

 

Daquela eleição ficou a certeza que um terceiro candidado, que fizesse uma campanha séria e mais propositiva poderia ter mudado a história da eleição.

 

Debate, programa eleitoral e o vale tudo da reta final

 

Neste 2014 as militâncias de cada um dos candidatos que polarizam a disputa, continuam -  cada uma delas -  uma ilha de certezas e paixão.

 

Nas cidades mais politizadas é evidente a divisão de posições e o eleitor se mostra mais, para garantir privilégios dentro do grupo que apóia. 

 

Esta semana, da reta final, alguns lances importantes podem ter influência no resultado final: o esperado debate na TV Anhanguera/Rede Globo, ao qual ninguém se atreverá a faltar. Afinal,  a eleição para o governo não está definida; os últimos programas eleitorais com suas bombas e surpresas, e finalmente o vale tudo das ruas.

 

Este, o mais perigoso. Na ânsia de garantir a vantagem necessária, são os candidatos proporcionais que correm atrás do eleitor com toda sorte de propostas em troca do voto. Muitas situações podem configurar facilmente a compra do voto.

 

Numa disputa em que os adeptos de cada candidato ao governo – Marcelo Miranda e Sandoval -  fazem a mesma conta (a de que chegarão na frente um do outro com 100 mil votos de frente), caminhamos para uma reta final dura. Pode-se esperar qualquer coisa nestes sete dias.

 

Um sonho: Que os eleitores estejam cada dia mais conscientes do poder do seu voto e não se abastenham de exercer o seu direito. 

 

Que a motivação destes votos seja mais coletiva do que pessoal. 

 

Uma miragem? Tavez. Mas nunca é demais sonhar.

 

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