Suspeições e o TRE no centro do palco do julgamento dos registros de candidatura

O primeiro dia de julgamento de pedidos de registro de candidatura transcorreu ontem, terça-feira, 22, no Tribunal Regional Eleitoral, sem grandes surpresas...

Manzano: suspeição não afastou Mauro Ribas
Descrição: Manzano: suspeição não afastou Mauro Ribas Crédito: Divulgação

O TRE tem um novo juiz para o pleito deste ano: o magistrado Hélio Eduardo Silva. O afastamento do juiz João Olinto Garcia de Oliveira, pai do ex-secretário e candidato a deputado estadual João Olyntho Neto, colocou ponto final a um questionamento que não é novo sobre a conduta do juiz, dada a estreita ligação familiar e política de longa data com o ex-governador Siqueira Campos.

 

A discussão maior ficou por conta do questionamento do Ministério Público Eleitoral em torno do juiz Marco Ribas. Para o procurador Álvaro Manzano, Ribas está comprometido pelo fato de sua esposa ocupar cargo comissionado no Estado. Com ele concorda o relator do processo, juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, que votou pela suspeição e consequente afastamento de Ribas.

 

No Pleno, no entanto, prevaleceram os votos contrários, com especial destaque para a defesa feita pelo desembargador Marco Antony Villas Boas. Este, votou ontem pelo acolhimento do pedido de registro da coligação Reage Tocantins, do senador Ataídes Oliveira, que teve julgamento interrompido pelo pedido de vistas do juiz José Ribamar.

 

Palco de acirradas discussões

 

O que se espera pela frente, no julgamento dos pedidos de registro são acirradas discussões. Não é de hoje que os resultados  finais de julgamentos do TRE provocam dúvidas sobre a lisura das decisões junto à opinião pública. Esta que reflete um coletivo que tem direito à Justiça e a que ela seja praticada de forma a manter o equilíbrio e equidade nas relações de força e poder na sociedade.

 

O motivo principal nem são os vínculos empregatícios cruzados, ou as conhecidas relações pessoais e familiares entre juízes e autoridades, mas as mudanças radicais de resultados no decorrer de processos que se arrastam por longo tempo enquanto os personagens mudam de posição no cenário político partidário. São impressionantes coincidências. As mudanças de opinião e as mudancas de posição. Analisadas lado a lado, são elas que têm dado tanta vazão à dúvidas.

 

Há uma suspeição disseminada sobre o que move os resultados da Corte. Esta, via de regra, é que deveria ter uma preocupação maior com a imagem. Não individual e particular de cada juiz, mas da Justiça Eleitoral do Tocantins.

 

Só o tempo teria o condão de provar o contrário, na medida em que as decisões se mostrarem coerentes, umas com as outras, caso a caso.

 

Por hora, os holofotes se voltam ao palco dos julgamentos por onde passam candidaturas questionadas, que incomodam e que se não existissem, favoreceriam uma campanha mais fácil para quem maneja o leme do poder.

 

Como será o desenlace desses julgamentos e a palavra final que o TSE dará sobre eles? este talvez seja o grande combustível inflamável desta campanha.

 

Os juízes estão no centro do palco da disputa. Observados. E não só nos limites imaginários das divisas do Estado.

 

Aos meros expectadores de um processo que tem o dom de mudar nossas vidas, só resta acompanhar! 

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