Campanha “Setembro Amarelo” levará prevenção ao suicídio a aldeias indígenas do TO

O suicídio pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades e orientações sexuais. Por isso, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), por meio da Diretoria de Direitos Humanos e da Gerência de Proteção dos Povos Indígenas, promove ações de conscientização e prevenção ao suicídio nas aldeias indígenas tocantinenses, uma triste realidade que acomete esses povos. As visitas iniciam dia 7 de setembro, na Aldeia Brejo Cumprido, em Tocantínia, e nos dias 13 e 14 na Aldeia Santa Isabel, em Formoso do Araguaia. As visitas vão contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, assistente social e educadores. No período da manhã, a programação prevê uma palestra de prevenção ao suicídio. Já no período da tarde, os indígenas participam de atividades culturais locais, como a corrida de tora de buriti e a realização das danças tradicionais. O gerente de Proteção dos Povos Indígenas, Sitbró Xerente, tem atuado na mobilização da participação indígena nos dias em que as equipes visitam as aldeias. “Essa mobilização é importante para a prevenção, para que não venha a se tornar algo recorrente. Vamos atender, nesse primeiro momento, as etnias Xerente e Karajá”, disse Sitbró, lembrando que no Tocantins são poucos os casos de suicídio entre os povos indígenas. Mas, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase o triplo da média nacional. Desde 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV) escolheu o mês de setembro, identificado com a cor amarela, para trazer o diálogo sobre suicídio para a sociedade, por meio da conscientização e prevenção. “Falar sobre o assunto é extremamente importante, justamente para que possamos reduzir o número de pessoas vulneráveis. Para que possamos evitar suicídios, o diálogo é o primeiro passo. É preciso que as pessoas saibam que não estão sozinhas e podem buscar ajuda”, explica Sibele Letícia Biazotto, diretora de Direitos Humanos da Seciju. Enquanto o Brasil registra 5,7 óbitos a cada 100 mil habitantes, o índice é de 15,2 na população indígena, quase o triplo. Distanciando-se do panorama nacional, em que os adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção dos registros de suicídio, a maioria das mortes entre os índios ocorre na faixa etária de 10 a 19 anos. “Isso pode ser explicado pelas dores causadas pelo choque de tradições culturais indígenas e a cultura do homem branco. O autoextermínio indígena é um pedido silencioso de socorro”, supõe Sitbro Xerente, gerente de Proteção dos Povos Indígenas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo por ano. Isso representa uma morte a cada 40 segundos, e saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo pode ser o primeiro e mais importante passo para salvar uma vida.

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