Dados do Hospital Geral de Palmas repassados ao Ministério Público Estadual do Tocantins (MPTO) informam que em 2024 mais de 2 mil pessoas foram operadas por profissionais da área de queimados. Os atendimentos a este público ficam atrás somente da ortopedia, que teve no mesmo 4,7 mil pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas na unidade. Assim, o atendimento a pacientes com queimaduras é o segundo maior do HGP. Contudo, a hospital não conta com um Centro de Tratamento de Queimaduras estruturado. Para tratar dessa estruturação, o MPTO promoveu em su a sede duas reuniões administrativas mediadas pela 19ª Promotoria de Justiça da Capital.
A reunião contou com a presença de representantes do Governo do Estado do Tocantins, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, da Superintendência de Assuntos Jurídicos e da Superintendência de Gestão Administrativa, além da Direção e do Setor de Cirurgias Plásticas do HGPP. Após os encontros, foi agendada uma audiência para 25 de março, para acompanhamento das tratativas alinhadas e apresentação de plano de obras para ala de queimados.
Histórico da situação
Na primeira reunião administrativa realizada no MPTO, a Diretoria do HGPP informou que o hospital é habilitado e oferece parte dos serviços, porém a ala de queimaduras nunca foi instalada. Também foi informado que a implantação do CTQ necessita de uma estrutura física exclusiva para acolhimento de pacientes.
Outras necessidades tratam da aquisição de equipamentos especiais, a exemplo de câmaras hiperbáricas; e da presença de equipe especializada, com profissionais intensivistas e de cirurgia plástica, pediatria, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, psicologia e enfermagem.
No segundo encontro, o secretário estadual de Saúde do Tocantins esteve presente, reconheceu as fragilidades e apresentou as intervenções realizadas até o momento. Entre elas, a entrega futura de um espaço exclusivo para atendimento com até 11 leitos. O local se encontra em obras.
Em breve, a equipe da 19ª Promotoria de Justiça da Capital visitará o local onde o centro de queimados deve ser implantado no HGPP. O promotor Thiago Vilela solicitou a construção de um cronograma físico, financeiro e estimativo das obras citadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins.
A formalização de contrato com o serviço do Banco de Peles da Universidade de São Paulo (USP), para tratamento de pacientes; e a efetivação de parceria com o Grupo Energisa, com o objetivo de a empresa promover a estruturação interna do CTQ do Hospital de Palmas, também foram ventiladas nas reuniões.
O debate sobre a implantação do serviço em setor especializado, no Tocantins, data de 2004. Palmas está a mais de 800 quilômetros de distância de um CTQ estruturado para o suporte a pessoas queimadas.
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