A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Igeprev, que vai investigar indícios de irregularidades no Instituto, deve ser instalada pela Assembleia Legislativa (AL) na próxima quarta-feira, 21, primeira sessão após a indicação dos membros do grupo. Farão parte da CPI os deputados Sargento Aragão (PROS), Stalin Bucar (SD), Wanderlei Barbosa (SD), Carlão da Saneatins (PSDB) e Zé Roberto (PT).
Os nomes foram entregues à Mesa Diretora da AL e o presidente da Casa deve fazer a sessão inaugural da CPI. Após, os membros deliberarão sobre o presidente da CPI e a relatoria. O deputado Sargento Aragão já adiantou que vai lutar para ser ou o presidente ou o relator. "O Governo tem maioria. Se ficar com a presidência e com a relatoria, já se vê a dificuldade” e disparou: “a CPI que eu fizer parte não vai ser fantoche não”.
Aragão disse que vai indicar os nomes das pessoas envolvidas e o primeiro nome que for vetado, “que não for aprovada a convocação pela maioria dos membros eu saio da CPI” e citou o nome do presidente do Conselho de Administração à época, Eduardo Siqueira Campos. “Não tem porque esse cidadão não ser chamado para ser ouvido”, disse.
Para o deputado Aragão, que propôs a CPI do Igeprev, a dificuldade em instalar a Comissão na AL vem desde a coleta de assinaturas. “A pressão maior foi conseguir as assinaturas. Se não fosse o deputado José Bonifácio, a gente não tinha conseguido. Agora nós precisamos é dar andamento, só que depois de quase 50 dias”, disse ao lembrar que o presidente tinha apenas dois dias para indicar os membros se os blocos não indicassem, quando aprovado o pedido de instalação da CPI.
Para o parlamentar, a demora se deve a uma tentativa do Governo de atrasar a CPI. “O governo fica preocupado em fazer esclarecimento, mas eu acho que é uma oportunidade que ele vai ter de dizer, por exemplo, por que o Santana Matos foi nomeado, por que foram feitas essas aplicações sem o Conselho Administrativo se reunir, por que o presidente do Conselho disse que não sabe de nada, por que que na primeira reunião ele disse que não ia haver rombo no Igeprev?” questionou.
Aragão ressaltou que é necessário que se faça uma relação das pessoas envolvidas direta e indiretamente. De acordo com o deputado estadual, todos os ex-presidentes serão chamados, além do atual.
No caso da não aprovação de alguns nomes, Aragão garantiu que vai chamar o povo para a AL e dizer o que cada pessoa fez, “mas a CPI não quer ouvir ela”. A CPI também será munida dos relatórios do Ministério da Previdência Social e, segundo Aragão, os membros devem se atentar ao que vale os papeis aplicados àquela época, atualmente. “A gente não sabe o que vale aqueles papeis hoje não”.
Para ele, o rombo no Igeprev está em mais de R$300 milhões. “Nós sabemos é que o nosso segurado tinha uma proporção em 2010 de aposentar até 2084 sem nenhum problema, sem que o Estado precisasse aportar, dar dinheiro ao Igeprev. Esse mesmo cálculo atuarial feito em 2012 já apontou que caiu para 2019. Em apenas três anos eles conseguiram matar o Igeprev”, disse.
De acordo com o deputado, a CPI do Igeprev deve pedir o bloqueio dos bens dos envolvidos nas irregularidades que culminaram na perda do dinheiro. “Inclusive vai ter que devolver o dinheiro de contribuição patronal para pagar plano de saúde”, lembrou.
Por fim, o proponente da CPI ressaltou a necessidade da seriedade para que a CPI vá para frente. “Do que a gente tem notícia, é o maior rombo previdenciário na história do Brasil. Não estamos falando de R$ 100 milhões, é mais de R$500 milhões” e justificou a necessidade da investigação: ”a gente sabe que tem aplicação em banco de doleiro preso, então a gente tem que investigar isso”.
(Atualizada às 12h09 com alteração)
Comentários (0)