Em comemoração aos 25 anos de Palmas, o T1 Notícias fez uma entrevista especial com Odir Rocha, pioneiro no Estado que acompanhou o nascimento da capital. Odir Rocha foi prefeito em uma época em que Palmas deu um salto no número de habitantes. Com suas próprias palavras: “peguei uma cidade com 35 mil habitantes e quando saí eram 120 mil. Foi uma loucura”.
O ex-prefeito relatou que naquela época a migração de pessoas de outros Estados para o Tocantins era muito grande e que a maior dificuldade foi acolher todo esse pessoal. “Na minha época não tiveram as invasões”. Segundo ele, naquela época muitos homens vieram para trabalhar em Palmas, na expectativa de melhorar de vida.
Para o ex-prefeito, o que colaborou para que Palmas fosse acomodando todos os que aqui chegavam foram os programas sociais desenvolvidos pela Prefeitura. “Hoje não se vê menino nas ruas, mas naquela época tinha muitas crianças nas ruas, quadras vazias”, disse. Odir afirma que desenvolveu ações sociais que ocupavam essas crianças para que elas dedicassem o tempo ocioso ao invés de ficar nas ruas, como o programa CEACAP – Centro de Atendimento a Criança.
Outra ação foi destinada ao incentivo ao esporte, bandeira que o ex-prefeito defende até os dias atuais. O Projeto AMA – Amigos do Meio Ambiente, conforme Rocha, foi outra ação que tirou milhares de crianças das ruas. “Elas ganhavam uma bolsa e cuidavam dos jardins. Quando entrei eram dois AMAs e eu saí deixando cinco. É uma pena que acabou”, lamenta.
Odir destacou também um mérito que conseguiu ao criar a primeira Secretaria Municipal de Juventude do Brasil. “Na época fui muito criticado. Mas eu acho que numa cidade, que na época tinha 70% da sua população composta por pessoas de até 29 anos, é considerada jovem”, frisou ao defender que os jovens necessitam de incentivo do Governo. Para ele, falta muita atividade voltada para os jovens dos dias de hoje.
Ex-prefeito considera que no seu período de Governo, de 1997 a 2000, Palmas se destacou na Saúde: “saldo positivo na Saúde, que pegamos do zero e deixamos bem estruturado”. Obras importantes também foram realizadas na sua gestão, como a construção de “900 casas em quatro meses na Vila União”. Odir afirma que na sua época não teve invasão, “eu estimulava as pessoas a terem um lote e nós ajudávamos a construir”.
Lembrou-se das Arnos 51, “que era uma antiga invasão do Palacinho”, de uma Área Pública Municipal (APM) próximo a Arno 73 “que ficou conhecida como a Sapolândia, pois as pessoas moravam em uma área de risco, mas nós tiramos de lá e alocamos na Arno 42”. Ele também conta que foi e é um fiel defensor da não alteração do plano diretor da cidade. “Briguei quando estava na Prefeitura para que não mudassem o plano diretor”, contou.
Os desafios de hoje
Para Odir Rocha a Palmas de hoje precisa ser remodelada, por exemplo, em quadras onde não seguiram seu projeto original “e existem ruas de bloquete com poste no meio da rua”, citou a Quadra da Galeria Bela Palma. Recordou-se ainda da criação de Taquaralto, paralelo a criação de Palmas.
“O Governo estimulava os trabalhadores a irem para lá porque chegavam milhares de homens na cidade e então se implantou uma lei seca, em que era proibida bebida alcoólica e mulheres, mas lá em Taquaralto tudo era permitido. Começou a crescer, um comércio aqui, outro ali e hoje se separasse de Palmas era um dos maiores municípios do Estado”, destacou.
Para Odir Rocha, os maiores desafios enfrentados pela atual gestão são com relação a especulação da cidade. “Deveria acabar com os latifundiários. Eles querem esticar cada vez mais a cidade para explorar. Tem que aproveitar todo esse vazio urbano, obedecendo ao Plano Diretor”, defendeu.
O ex-prefeito também defendeu que o atual Governo Municipal deve incentivar o esporte e a construção de um pronto socorro na cidade. “Tem que separar o atendimento a urgência da emergência, tirar do HGP”, disse. Odir Rocha afirmou que a Educação em Palmas é um exemplo e que o prefeito Raul Filho “foi muito bom nesse ponto”. O ensino superior também foi elogiado por Odir Rocha: “o jovem daqui não precisa sair para estudar fora”, frisou.
Comentários (0)