A audiência pública para discutir a possibilidade de estadualização do Hospital Municipal de Colinas, que reuniu mais de 200 pessoas na noite desta quinta-feira, 5, acabou em quebradeira.
Segundo as informações, o tumulto teria começado após a família de Bruno Cauã Ferreira da Silva, bebê de um ano e sete meses que faleceu no dia 28 de abril no hospital depois de esperar quase oito horas por uma UTI do Estado, ter se revoltado com as respostas do poder público sobre a morte da criança.
Conforme o vereador da cidade Junior Pacheco, que acompanhou a audiência, revoltada a família de Bruno teria questionado quem seria o culpado pela morte do bebê. Na confusão alguns móveis chegaram a ser quebrados e a audiência foi interrompida antes que agressões físicas começassem. “Preferimos encerrar a audiência antes que tivéssemos agressões físicas. Isso aí só demonstra que o povo está revoltado com os políticos, que tem dinheiro para gastar com coisas erradas e não tem para Saúde”, declarou o vereador.
Antes do tumulto, o subsecretário de Saúde do Estado, Raimundo Filho, teria apresentado posicionamento contrário do governo a respeito do pedido pela estadualização do hospital. O subsecretário teria defendido que neste momento não seria viável a estadualização, devido a falta de orçamento e à gestão estar no meio do ano. Contudo o Estado teria se comprometido a ajudar o hospital, com a disponibilização de três novas ambulâncias e mais médicos especialistas.
O governo teria ainda se comprometido a agilizar a instalação do Samu na cidade e a encaminhar engenheiros para verificar a possibilidade de uma reforma no prédio. “Mesmo com essas propostas a população de Colinas não vai desistir da estadualização do hospital. O que nós de Colinas queremos é que o Estado assuma o hospital. Se isso não pode ser feito agora, de uma vez, que ele já comece a se organizar para isso”, frisou o vereador.
De acordo com Junior Pacheco a Câmara Municipal quer discutir a situação do hospital novamente, mas agora em uma audiência com o governador Sandoval Cardoso. “Nessa audiência vamos pedir que o governo se comprometa a ajudar o hospital e que se comprometa a assumí-lo no futuro, mas é importante que todos tenham consciência que a responsabilidade da Saúde é tanto do município quanto do Estado”.
Hospital
O Hospital Municipal de Colinas tem hoje 62 leitos, atendendo aos serviços de maternidade, psiquiatria e demais procedimentos. Diariamente mais de 180 atendimentos são realizados na unidade, sendo que grande parte dos pacientes vem de 12 cidades próximas, para as quais o hospital é referência. São cerca de 15 internações realizadas diariamente.
As dificuldades enfrentadas pelo hospital vieram a tona no último dia 28 de abril, quando o bebê Bruno Cauã morreu no hospital. Bruno deu entrada no hospital com quadro de engasgamento. Um débito da Secretaria de Saúde com a UTI Aérea teria impedido o atendimento rápido a Bruno Cauã. Após a não liberação da UTI Aérea, uma UTI terrestre de Araguaína foi acionada, contudo a criança não resistiu e faleceu.
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