Os pais da menina A. R. L. D., de oito anos, foram surpreendidos com o diagnóstico dos médicos na madrugada da última segunda-feira, 4. O pai da criança, Wiston Gomes Dias, disse ao T1 que sua filha começou a apresentar os sintomas da dengue na quinta-feira passada, dia 30. “Ela sentiu febre na última quinta-feira, não sentiu febre no sábado e sentiu novamente no domingo. No domingo à noite a trouxemos para a emergência, por volta das 18h”, contou.
Foram solicitados e realizados vários exames, inclusive o da dengue. Em um primeiro momento, o resultado para a dengue foi positivo, mas só depois de um segundo exame foi constatada a dengue do tipo grave, a hemorrágica, por volta das 2h da manhã de segunda-feira. Já próximo das 4h da manhã, a criança foi levada para a UTI do Hospital Osvaldo Cruz.
Agravamento da doença
Wiston explicou ao T1 Notícias que o que se avalia no quadro da menina é a quantidade de plaquetas no sangue. “No primeiro exame ela estava com 41 mil plaquetas por unidade, sendo que o ideal para a idade dela varia entre 150 mil e 450 mil. Quando fizemos o segundo exame já tinha caído para 40 mil. Na segunda de manhã, fizemos outros exames, as plaquetas baixaram para 9 mil, isso ocasiona o sangramento, ela começa a sangrar pelo nariz, gengiva, nas paredes das veias”, explicou. Segundo ele, foi a partir daí que a menina teve a necessidade de transfusão de sangue para a reposição das plaquetas.
Os pais da menina, que tem mais uma filha, se revezam no Hospital, mesmo sem poder acompanhá-la todo o tempo, já que está na UTI e o local não permite acompanhantes. “Nós ficamos aqui fora, porque mesmo sem poder estar lá, os médicos e enfermeiros saem e nós buscamos as informações”, relatou o pai.
Wiston Gomes disse que a criança está se recuperando. “Ontem o nível das plaquetas subiu para 14 mil. Hoje faremos mais uma bateria de exames e vamos ver o número de plaquetas”.
Algo que preocupa os pais da menina, é que agora há líquido no pulmão da criança, devido ao vômito de sangue, “e o medo é infecção”, disse ele ao tempo em que afirmou que a equipe médica tem prestado todo o apoio.
Wiston explicou que a criança está consciente e conversando. Os médicos já liberaram a ingestão de água, suco e gelatina. O tratamento é feito pela reposição de plaquetas e constante hidratação.
Campanha de doação de sangue
Ana Rita precisa de nove bolsas de plaqueta a cada oito horas, do tipo A+. “Por isso a gente pede para o pessoal ir doar. Ontem aconteceu de faltar e ela teve que tomar duas bolsas do tipo O+.” A campanha para doações de sangue para a menina tem sido repassada pelas redes sociais.
Para fazer a doação de sangue, o doador deve comparecer ao Hemocentro de Palmas e falar o nome da menina. De acordo com o Hemocentro de Palmas, desde esta segunda-feira, 4, cerca de 30 pessoas fizeram doações de sangue do tipo A+. O pai agradeceu aos que já doaram: “Agradecemos àqueles que atenderam o nosso clamor e pedimos que as pessoas continuem doando”.
Sesau acompanha caso
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) disse que “a Vigilância Municipal já foi acionada para acompanhamento do caso e adoção de medidas preventivas”.
Ainda conforme a Sesau, “o Estado está acompanhando a condução do caso e destaca que ao aparecimento de sinais de febre, dor de cabeça, dor e/ou manchas no corpo, é indicado procurar a unidade de saúde mais próxima e não se automedicar”.
Epidemia
Nesta segunda-feira, 4, o Ministério da Saúde chegou a confirmar que o Brasil vive uma epidemia de dengue, se considerado o índice da Organização Mundial da Saúde. Já foram registrados 745.957 casos até o mês de abril em todo o país.
No Tocantins, a situação também é crítica, 5.806 casos foram notificados até a primeira quinzena de abril. Palmas já tem mais de 300 casos confirmados.
(Atualizada às 10h47 do dia 07/05 com alteração)
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