Uma Carta Denúncia baseada na auditoria feita pelo Ministério da Previdência Social no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) foi levada à Procuradora-geral da Justiça do Estado, Vera Nilva Lira, pelo presidente do PROS Tocantins e suplente de senador Ataídes Oliveira, para que o órgão investigue o escândalo de desvio de recursos no instituto.
“Esta Carta Denúncia revela todas as mazelas desses gestores do Igeprev. Estamos pedindo providências, que o MPE faça alguma coisa, porque o que a gente vê diante desses laudos desse relatório é que esses gestores não tem noção do que é certo ou errado ou se trata de uma quadrilha organizada”, afirmou o suplente de senador.
Ataídes afirmou também que dos R$500 milhões já desviados, “algo em torno de R$300 milhões não serão recuperados. O Estado teria que ressarcir esse Instituto porque vai faltar dinheiro para os aposentados e alguém vai ter que pagar”.
O presidente do PROS disse ainda que “a partir do momento em que um gestor é capaz de desviar milhões de reais da poupança de trabalhadores que batalharam anos pensando em sua aposentadoria, qualquer ser humano, tocantinense, tem que se preocupar e eu, como presidente do PROS, me sinto na obrigação de me movimentar sobre isso. Essas pessoas tem que ser responsabilizadas pelos seus atos e eu digo mais, na Papuda em Brasília ainda tem lugar”.
Durante conversa com a procuradora-geral Vera Nilva, a mesma afirmou que o MPE já está tomando as providências para investigar os desvios do fundo do Igeprev e contou que, na última semana, recebeu uma comissão dos sindicatos para tratar também do assunto. “É uma questão urgente e por isso vou fazer uma visita na próxima semana ao Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, provavelmente no dia 26, para levar a gravidade da situação”, afirmou a procuradora.
Vera Nilva falou que outras questões também envolvendo o nome do Igeprev estão sendo investigadas pelo Ministério Público, e destacou a inconstitucionalidade da lei estadual que permite que o Estado use recursos do Igeprev no Plansaúde. “É um absurdo isso, custear a assistência à saúde com os fundos da aposentadoria”, disse ao ressaltar que pretende conversar com Janot especialmente sobre isso para pedir a revogação da lei.
Ela destacou ainda as ações que estão sob o comando do promotor de justiça Adriano das Neves e completou: “é muita coisa, não só irregularidade em aplicação”. A procuradora disse ainda que vai tentar dividir os processos do Igeprev em muitas partes, para que o andamento seja mais célere, pois são muitos réus.
Segundo Vera Nilva, “atualmente ainda não temos tantos aposentados, mas em cinco ou sete anos os pioneiros do Estado vão se aposentar e quando baterem à porta do Igeprev o cofre vai estar furado”.
Durante a conversa, o senador falou ainda de outra questão que, segundo ele, ainda não teria vindo à tona, que é o repasse da contribuição patronal. “Não está sendo recolhido de forma correta há anos. Normalmente recolhe menos que o certo e em julho recolheram menos ainda”, disse.
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