Lyvio diz que Estado não apresentará proposta e afirma que greve é infrutífera

Em entrevista ao T1 Notícias, o secretário de Articulação Política do Governo, Lyvio Luciano Carneiro, afirmou que o governo não tem condições de apresentar propostas para grevistas neste momento

Secretário de Articulação, Lyvio Luciano
Descrição: Secretário de Articulação, Lyvio Luciano Crédito: Foto: Secom/TO

O secretário de Articulação Política do Governo, Lyvio Luciano Carneiro afirmou ao T1 Notícias na manhã desta sexta-feira, 19, que as condições financeiras do Estado não permitem que o governo do Estado apresente uma proposta de pagamento da data-base 2015 e 2016, neste momento, aos servidores estaduais em greve. “A situação hoje não nos permite fazer nenhum absurdo onerando ainda mais o Estado”, afirmou o gestor.

 

A greve geral dos servidores foi iniciada no último dia 9 e desde então vários protestos estão sendo realizados na Capital e em diversos municípios do Estado. Os grevistas também procuraram os deputados estaduais para viabilizar uma intermediação dos parlamentares com o governo, em busca de uma proposta de pagamento. Para o secretário a greve é importuna e sem efeito. “A greve não é oportuna neste momento pela situação financeira do Estado e acima de tudo é infrutífera. Os servidores têm direito a este benefício, é legal, não questionamos isso, mas não temos condições de pagar neste momento”, reforçou Lyvio.

 

Segundo o secretário a realidade financeira do Estado está de acordo com a crise que o Brasil vive. “A situação financeira dos estados, lembrando que o Tocantins não é uma ilha, não nos possibilita apresentar uma proposta para a data-base. Estamos conseguindo fazer o que muitos estados não estão conseguindo fazer, que é pagar o salário integral e em dia. Temos um dos melhores salários pagos no Brasil”, afirmou o secretário.

 

Lyvio reforçou que o governo tem mantido o diálogo com os sindicatos e que a situação do Estado já foi apresentada várias vezes às categorias. “É sabido por todos os sindicatos da nossa realidade financeira. Reunimos com eles diversas vezes e apresentamos. É tanto que o Sindifiscal, que engloba os auditores da receita, não aderiram a greve”, garantiu.

 

Sem previsão

Ainda de acordo com o secretário, outros estados brasileiros também não pagaram a data-base de 2015 e não há previsão para o pagamento da data-base deste ano. “Já pagamos 70% da data-base de 2015 e fizemos a proposta de pagar parcelado o restante, mas não aceitaram. No País, 18 estados pagaram zero da data-base 2015. Apenas três estados brasileiros estão buscando a implementação da data-base 2016, os outros nem falam. Não é porque não querem, mas porque não tem condições”, ressaltou Lyvio.

 

Segundo o gestor, o governo do Estado tem feito grandes esforços até que chegue o momento para apresentar a proposta de pagamento da data-base. O secretário afirmou que todas as áreas também precisam de atenção e investimento como educação, saúde, infraestrutura e segurança pública, e não tem como tratar como prioridade apenas os assuntos relacionados a servidores.

 

“Não podemos inverter o foco central das coisas. O objetivo central de um governo com os servidores é servir ao público, é a população. O Estado tem que pensar como um ente promotor de ações, de projetos que vão ao encontro da população como um todo. O governo não pode, junto com os servidores, resolverem entre si os seus interesses  e esquecer a população”, afirmou Lyvio.

 

Recebendo as categorias

Ao ser questionado sobre o posicionamento e as providências que o governo tomará, Lyvio disse que tem tentado sensibilizar a categoria. “No momento estamos buscando a sensibilização dos servidores e que tenham a compreensão que este não é o momento para atender esta demanda”, destacou.

 

Sobre uma possível agenda dos grevistas com o governo, o secretário afirmou que tem recebido os sindicatos que estão interessados em compreender a situação financeira do Estado. “Nós temos recebido vários sindicatos. Aqueles que estão nos buscando com esta compreensão, e sabem que a greve neste momento não vai levar a nada, estamos conversando. Aqueles que não querem entender, por um motivo ou outro, a situação do Estado, realmente não tem dialogado conosco”, ressaltou.

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