Militantes desocupam fazenda de Irajá e reforçam que ato foi simbólico

Segundo informado por integrantes do movimento, a desocupação ocorreu por voltas das 9h30 da manhã desta quinta-feira, 7.

A fazenda do deputado federal Irajá Abreu (PSD), invadida por cerca de 500 mulheres camponesas na manhã desta quinta-feira, 7, já foi desocupada, segundo uma das integrantes do movimento.

 

De acordo com Cristina Lima, a fazenda foi desocupada por volta das 9h30 da manhã e a BR também já foi liberada. “Fizemos apenas um ato simbólico na fazenda e ocupamos a BR por um pequeno espaço de tempo”, disse.



Questionada sobre os prejuízos causados à propriedade e se teriam mantido funcionários como reféns, Cristina negou. “Fizemos apenas o ato simbólico com as mudas de eucalipto, não depredamos mais nada, também não chegamos a falar trabalhadores da fazenda, não tomamos ninguém como reféns”, declarou.



Ainda de acordo com Cristina Lima, a desocupação da área foi passiva, não havendo intervenção da polícia e nem do proprietário. “Saímos sem intervenção alguma, ninguém da fazenda foi lá e nem a polícia. Mas quando estávamos na BR a Polícia Rodoviária Federal foi lá e nós desocupamos”, finalizou.



Entenda

Conforme informou pela manhã outra líder do movimento, Mariana Silva, a fazenda do deputado foi escolhida porque já teria sido embargada duas vezes pelo Ibama por crime ambiental e desmatamento. Na fazenda há plantação de eucalipto. A ação das mulheres do MST é referente ao dia internacional da mulher, 8 de março,  que tem como lema Mulheres Sem Terra na Luta contra o Capital e pela Soberania dos Povos!

 

“Essa fazenda já foi embargada várias vezes. Esses crimes não podem continuar acontecendo, por isso estamos protestando. Queremos também que o governo não faça diferenciação quanto ao investimento”, declarou.

 

Kátia repudia

Mais tarde, por meio de nota, a senadora Kátia Abreu repudiou o ato e denunciou o vandalismo na destruição de um canteiro de mudas de eucalipto, "cultivadas com a mais alta tecnologia", e o ato violento de transformar 48 trabalhadores em reféns impedindo sua saída da propriedade, assim como a entrada da equipe enviada pelos proprietários.

 

Confira a nota na íntegra:

 

NOTA À IMPRENSA

 

Repudio, com indignação, a invasão perpetrada pela Via Campesina, uma das milícias do MST, em uma propriedade da minha família localizada em Aliança, Tocantins.

 

Trata-se de uma propriedade produtiva, moderna, que emprega 48 trabalhadores, hoje violentamente transformados em reféns, enquanto o grupo de vândalos destruía viveiros de mudas cultivadas com alta tecnologia, destinadas ao plantio de eucaliptos, que é a atividade principal do empreendimento.

 

Esta invasão é um ato de retaliação contra minha atuação democrática como senadora e líder do setor produtivo rural, em defesa do Estado de Direito e dos direitos fundamentais, neste caso traduzido no direito de propriedade.

 

Não vão me fazer recuar. Não vão me amedrontar. Não vão impedir que continue mostrando ao Brasil as mentiras e as atrocidades cometidas por este movimento dos sem lei.

 

Neste momento, minha família está se dirigindo ao local para tomar as medidas judiciais cabíveis e prestar atendimento aos verdadeiros trabalhadores que lá foram feitos reféns.

 

Brasília, 7 de março de 2013

 

Senadora Kátia Abreu

 

 

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