O prefeito Carlos Amastha retornou ligação ao T1 Notícias no final da manhã deste sábado, 13, para negar que tenha tolhido o direito de fala do governador Marcelo Miranda(PMDB), no evento que a Cidade de Palmas sediou no Espaço Cultural nesta manhã, de combate ao mosquito que transmite o Zika Vírus. O dia de mobilização contou com as presenças dos ministros Miguel Rosseto e Kátia Abreu, que seguiu para Porto Nacional.
“Imagina, isto é mentira. Não neguei o direito do governador falar, agora o evento era nosso. Mobilizamos dois mil servidores, pagamos um dia de ponto facultativo e o governo não nos ajudou em nada. Agora chega lá o bonito e quer falar por último, fechando o evento? não concordei”, admitiu o prefeito.
A irritação do prefeito não tem motivação político partidária, nenhuma, garante. “Não aguento mais é o descaso do governo com a Saúde. Minha filha, isso está um caos. Temos uma UPA que é modelo, padrão e está preparada para receber 400 pessoas. Agora, eles não pagam o PlanSaúde e o que acontece? na sexta-feira tinha 600 pessoas para serem atendidas”, reclamou Carlos Amastha.
“Se eles arrecadam o dinheiro descontando do funcionário público e não resolvem a situação com o PlanSaúde, isso vai parar na rede pública”, protestou.
“Além do mais, não pagam o que devem às prefeituras. Ficam lá com o nosso dinheiro da saúde. Isto é justo? me respondam? tenho que estar de bom humor?”questionou.
Só o Mapa ajudou
O prefeito reclama que o governo do Estado não só não arca com suas responsabilidades como não ajudou em nada na realização do evento. “Única ajuda que tivemos foi da Ministra da Agricultura, que arranjou o palco e os ônibus para transportar o pessoal que vai trabalhar na rua hoje”, disse Amastha.
O prefeito nega que tenha “desconvidado” o governador a comparecer ao evento, conforme informou uma fonte ligada a Miranda ao T1 Notícias. Também nega a discussão entre os dois nos bastidores do evento, conforme uma fonte da prefeitura informou ao T1.
Segundo Amastha, tentar ser “amigo” não ajudou em nada a melhorar o tratamento do governo ao município de Palmas. “Agora vou cobrar. Eu poderia ter usado meu discurso para cobrar, mas não fiz para não ser deselegante”, confessou.
Secretário tenta amenizar
O novo secretário da Saúde, Marcos Musafir procurou o prefeito após o evento para conversar. “Eu disse a ele: quer ouvir a minha voz, me pague. Não dá mais!”, conta Amastha. Musafir atribuiu os atrasos com a prefeitura de Palmas à dificuldades da secretaria da Fazenda. O prefeito não concorda: “a mesma perda que eles tiveram nos repasses federais, nós também tivemos. Só que nós estamos fazendo a nossa parte para manter nossas obrigações em dia. O governo pelo contrário, com uma crise dessa, não toma atitude”, finalizou.
No Twitter
O prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), afirmou em sua conta do Twitter que rompeu relações com o governador Marcelo Miranda (PMDB) “até pagarem as contas”. O desabafo veio após a publicação do T1 Notícias sobre desentendimento entre os dois que criou um clima constrangedor.
Amastha disse em seu Twitter que “tudo tem limite. De que tem adiantado tanta cortesia com quem alem de não fazer NENHUMA parceria ainda nos prejudica MUITO. Chega”, confirmando em seguida o rompimento: “Estamos rompidos???Sim..Ate quando??? Ate pagarem as contas.Depois disso prometo falar maravilhas.Eu não mudo.A velha política tem que mudar”.
O prefeito citou ainda o caos na saúde pública vivenciado pela população tocantinense com a suspensão do Plansaúde, que atende aos servidores públicos. “Maior motivo de irritação: A Saúde! Serei cobrado pelos palmenses pela superlotação nos Postos de Saúde e nas UPAs. Gestão de Palmas não merece”, disparou Amastha.
No post seguinte, Amastha faz referência à dívida a qual havia mencionado ao T1 Notícias por telefone. “Explico. Quase 20 milhões de reais de dívida com a saúde de Palmas. Adivinhem o tamanho do problema que ocasiona. Estamos dando conta a pesar”, alegando ainda que “trabalhamos MUITO para ser a segunda melhor capital do Brasil em cobertura de saúde. E agora vem esse desgoverno a bagunçar o nosso trabalho ”.
Amastha continou: “Criminalmente descontam do funcionalismo os custos do PLANSAUDE e não pagam. Que acontece? Milhares de funcionários procurando as nossas UPAs. Que respondemos para os que procuram as estruturas da saúde municipal?? Que procurem o HGP? Temos que atender sem distinção. Incompetência pura”.
Conforme o prefeito publicou, o evento que aconteceu na manhã desse sábado, 13, organizado pela prefeitura em parceria com diversos órgãos, custou mais de R$ 300 mil reais aos cofres do município. “A movimentação de hoje custou uma fortuna. Apenas o dia de trabalho de 2000 funcionários públicos municipais custou mais de 300.000 reais”.
Amastha ainda expôs sua indignação com a aparição do governador no evento: “Depois de tanto trabalho e investimentos dos palmenses, vem o governador querendo fazer discurso bonito e tirar a foto. Quer??Pague a conta”.
O prefeito encerrou o assunto dizendo: “Quer voltar a ter o meu respeito e consideração?? Pague as contas. Todos estamos em dificuldades. Nos cortamos na carne. Honramos o voto”.
Até o momento, o governo do Estado não se pronunciou sobre o ocorrido.
(Atualizada às 17:14, do dia 13 de fevereiro de 2016)
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