Já perdi a conta de quantas sessões assisti no nosso doce Taquaruçu nos últimos anos. Dos meus 32 de Palmas, vivi os últimos 17 lá, desde que comprei minha casa na rua 24, Qd 71, em 2005, reformei e mudei. Nos tempos da Adega da Tum, na Belo Horizonte, animando os finais de semana com som ao vivo, pandeiro do Bruno e violão da Veridiana Barreto. Era de lá que a galera descia para o Canto (das Artes) para finalizar a noite ouvindo o Tharson e sua banda madrugada a dentro. Vi muita gente amanhecer descalça naquelas ruas, pontes e beiras de rio, com borboletas no estômago naqueles dias mais poéticos... rs.
Fazendo um exercício de (boa) memória, lembro de uma sessão harmoniosa que passou perto da que presenciei ontem, quinta-feira, 1º de junho. Foi na Praça Maracaípe, numa estrutura de tendas, montada na gestão Carlos Amastha, em que ele reuniu vereadores naquele momento todos harmônicos com ele, incluindo à época Milton Neris e Lúcio Campelo, dois críticos de sua gestão.
O que se viu ontem, no entanto, era coisa que não se via há pelo menos 20 anos, disse o presidente José do Lago Folha Filho, num discurso emocionado.
Foi uma composição de Mesa “daquelas”. Tinha governador em exercício, Laurez Moreira. Senador da República, Eduardo Gomes. Prefeita da Capital, Cinthia Ribeiro Mantoan. Deputados de Palmas: Mantoan, Júnior Geo e Vanda Monteiro.
Dois dos deputados, adversários nas últimas eleições, fizeram discursos de reconhecimento dos avanços da gestão: Geo e Vanda. Esta, por sinal, disse se sentir representada pela gestão de Cinthia.
O senador Eduardo Gomes, que havia alocado os recursos para construção do Centro de Cultura e Criatividade, foi vistoriar a obra que está 60% concluída. Dele também partiu um anúncio saudado por Mestre Wertemberg, da Aldeia Taboka Grande: R$ 5 millhões em emendas para a Cultura.
De Wertemberg, ouvi um questionamento e uma lição: uma nova capital não poderia ser criada, mas uma cidade já existente poderia ser transformada em Capital. Por isso, Siqueira Campos transferiu a sede do governo para Taquaruçu, antes Taquarussu do Porto. Para só então ampliar a área da capital com as desapropriações de fazendas. E num terceiro passo, mudar a sede administrativa para a Planície. Meses depois o último passo: mudar o nome da cidade para Palmas.
Sim, Palmas nasceu em Taquaruçu. Não só no território, mas no nome. “Foi Wanderlei (Barbosa) quem fez o projeto criando a Capital por um dia, mas o nome da Capital era Taquaruçu. Hoje (na quinta, 1º) é que deveria ser o aniversário de Palmas”, defende o mestre.
A prefeita Cinthia Ribeiro tem movimentado o distrito com obras, eventos, investimentos, como não se via há muitos anos. É mérito seu, inegável. Mas a comunidade, sabe-se, quer mais: quer a atenção contínua aos seus problemas diariamente, quer a agência bancária que não temos, o asfaltamento da estrada da pedreira (que vai diminuir em 16 km o acesso ao distrito) quer a presença mais forte do poder público na segurança (o que será atendido com a instalação do novo Batalhão da PM), quer a transformação do turismo de forma exponencial.
Sonhamos além das obras com essa ação integrada Estado/Município resgatando Taquaruçu de vários problemas sociais. Os empreendedores do alto da Serra são guerreiros e têm feito sua parte. O poder público mais presente pode ajudar mais e mais: no controle do alcoolismo, da ocupação das praças pelo som insuportavelmente alto, do resgate dos nossos adolescente da ociosidade para o emprego e renda.
Tudo isso sonho junto há 17 anos. Ontem foi uma alegria e honra receber da Câmara de Palmas o reconhecimento pelo trabalho em defesa da valorização de Taquaruçu.
Temos mais para viver adiante e contribuir. Os antigos pioneiros que chegaram na década de 40, como o nosso querido Anízio Moura, do alto dos seus 106 anos - homenageado ontem – e os novos pioneiros, que chegaram há 20, 15, 10 anos. E que escolheram Taquaruçu como seu lugar preferido. Sou dessas.
Parafraseando Marisa Monte, “há um vilarejo alí, onde areja um vento bom...”
Vida longa, boa gestão e boas práticas sigam mantendo a magia que se sente no ar em Taquaruçu.
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