A prefeita Cinthia Ribeiro Mantoan, adiantou ao Blog da Tum, no final do dezembro passado que faria no começo do ano sua reforma administrativa, corrigindo tudo que vinha levantando nas pastas, pedindo correção e providências aos gestores do primeiro escalão, sem resultado.
Toquei no assunto no meu perfil do Twitter no começo da semana e do ano.
Antes da reforma chegou a saída ruidosa da então secretária da Sedes, feita num desligamento a pedido da própria titular, professora Adriana da Costa Pereira Aguiar.
Ao observar que não foi feito pedido de renovação de sua cessão, a gestora da Sedes entendeu que não permaneceria mais na equipe. Saiu se dizendo magoada porque a prefeita não teria atendido suas últimas ligações.
Depois de entrar pela porta da frente no grupo político de Cinthia e Mantoan, a pedido e com o aval da então senadora Kátia Abreu, a saída ruidosa de Adriana deu o que falar.
Ao antecipar desligamento e pedir que fosse publicado “a pedido” a pretexto de “preservar sua biografia” e evitar uma exoneração pela chefe do Executivo, Adriana movimentou a rádio peão no Paço durante toda esta quinta-feira, 4 de janeiro.
A amplificação pela própria, via amigos em veículos, de que estaria isolada pela prefeita Cinthia Ribeiro, sem justificativa e explicação gerou mal-estar. Até porque, o que corre no oitavo andar do prédio espelhado da JK não é bem isso.
Pior que todo o rosário de lamentações, o que pegou muito mal foi a ex-secretária sugerir através da imprensa que estava há seis meses sem secretária Executiva. Como é de conhecimento dela e de boa parte do primeiro escalão, Fernanda Hallum (a Executiva) viveu nos últimos meses um momento pessoal melindroso, de licença para tratamento de saúde grave e ainda quem em casa, não deixou de acompanhar os problemas da pasta.
O Blog procurou Adriana no começo da noite pelo Zap para ouvi-la sobre todas informações apuradas. Infelizmente a ex-secretária não respondeu.
Gestão caótica na Sedes
A verdade é que a Sedes teria vivido uma gestão caótica no ano que passou. E os sinais de fumaça de que a pasta vivia problemas sérios de gestão foram expostos justamente pela imprensa, numa reportagem bem embasada do jovem jornalista Rafael Miranda.
Ele abordou problemas no serviço prestado por restaurantes cadastrados para suprir a falta dos restaurantes comunitários, fechados para reforma. Material publicado com manchete de capa pelo Jornal Primeira Página e que ainda rende desdobramentos sérios que oportunamente deverão ser respondidos por quem respondia por estes contratos.
A matéria desencadeou processo interno de apuração dos fatos que terminou com a conclusão, pelo que se sabe, de que 90% dos contratos de restaurantes teriam irregularidades. Para usar uma palavra leve. Os valores altos acenderam o alerta da prefeita que teria chegado a suspender pagamento estratosférico na boca do caixa e questionar a secretária sobre valores incompatíveis com a razoabilidade dos serviços prestados.
Se Cinthia demitiu a ex-secretária Simone Sandri ao vivo, em entrevista na TV Anhanguera (por ter permitido a interrupção dos serviços sem colocar imediatamente à disposição do cidadão, serviço equivalente no fornecimento de refeições) a não renovação do pedido de cessão de Adriana, sem exposição de motivos vai na contramão da narrativa da ex-secretária. O que parece é que a prefeita tratou de proteger informações ao invés de expor fatos que poderiam “manchar a biografia” de Adriana.
O que corre nos bastidores é que enquanto secretária, a professora teria recebido ultimato e prazo para organizar as questões mais problemáticas da pasta. O prazo era o final do ano. A missão não foi cumprida. Numa pasta onde recebeu todo apoio para trabalhar, escolheu equipe direta e foi atendida nas nomeações.
Reforma atrasada, licitação atrasada crise com os conselhos...
Com os dois contratos de reforma de restaurantes populares atrasados, demora na licitação das empresas que vão atuar nos restaurantes (além de indícios de fraudes no sistema de lançamento de refeições na maioria dos restaurantes contratados) a situação de Adriana havia se desgastado.
A dificuldade de ação pela secretária mesmo após notificação do Ministério Público e do Comitê Gestor, esgotou as tentativas e sacramentou o encerramento da participação de Adriana na gestão.
O relacionamento com os conselhos que gerem fundos com constantes e repetidas crises seria outro problema, público e notório.
O pepino tamanho gigante, caiu no colo do secretário executivo, Higor Franco. Um economista de perfil técnico que tem tudo para ajustar a pasta enquanto a reforma não chega com novos nomes para assumir as pastas em que haverá trocas.
Reforma terá nomes de fora e exonerações
O momento que virá é de ajuste da equipe. Depois de um final de ano de muitas entregas de obras, de lua de mel com o funcionalismo público e de muita movimentação na cidade, Cinthia com certeza deverá se preparar para arrumar a casa em várias pastas que acumulam problemas de gestão, além da Sedes.
Muitas cabeças deverão rolar para que a equipe fique enxuta e com pessoas capazes de comandar as pastas neste último ano da gestão Cinthia Ribeiro à frente da prefeitura de Palmas.
É nele que as promessas que restam do Plano de Governo anunciado em 2020 devem ser totalmente cumpridas.
Um desafio grande, que vai além da disputa de egos.
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