No último final de semana, a prefeitura de Palmas, através da Secretaria Municipal de Saúde, disponibilizou, na 403 norte, 10 equipes com dois profissionais cada para vacinar a classe médica de Palmas e outros profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à Covid-19.
Estranhamente, conforme levantou o Blog, apenas 34 profissionais se vacinaram no sábado e 8 no domingo. A grande questão é: até quando instituições que defendem o direito coletivo vão tolerar o negacionismo de boa parte de uma classe que, por dever de ofício, deveria ser a primeira a utilizar as vacinas.
A reação dessa turma que chega a debochar em grupos de WhatsApp de profissionais médicos que vão se vacinar tem sido canalizada de três maneiras: uns simplesmente não aparecem, embora seu nome esteja na lista; outros se recusam a receber a vacina e também a assinar que se negaram a fazê-lo; e um terceiro grupo quer escolher qual vacina tomar, se for a CoronaVac, por exemplo, não querem, preferem a AstraZeneca.
A imprensa tocantinense no geral tem cumprido, através de veículos de comunicação diversos, o dever de informar em que pé e em que ritmo está a vacinação contra a Covid-19 em Palmas e no Tocantins todo, e também de cobrar medidas mais transparentes e mais eficientes na condução de todo esse processo de vacinação. No entanto, a Lei de Proteção de Dados (LGPD) tem sido usada como argumento pelo grupo que não quer se vacinar para impedir a divulgação da relação dos profissionais vacinados, e não só impedir, como ameaçar de processo quem se atrever a levar um pouco de luz e transparência a esse assunto.
O Portal T1 Notícias questionou o Ministério Público do Tocantins (MPTO) nesta quinta-feira, 4, sobre qual será a medida tomada pela promotoria da saúde para garantir que a população seja atendida nos postos de saúde, nos hospitais públicos e privados por profissionais vacinados. Provocado também durante a semana, o Conselho Regional de Medicina (CRM-TO) demorou, mas respondeu ser a favor da vacinação e também disse que acompanhará, junto aos prefeitos, o ritmo de vacinação dos profissionais de saúde em Palmas e no interior do Estado. O problema é: quem vai obrigar esses médicos a se vacinarem? Ninguém. Pois a lei faculta a eles o direito de recusarem a vacina.
A questão é que, enquanto esse grupo "enrola" para não vacinar ou usa de todos os meios para para protelar a sua vacinação, outras pessoas, necessitadas da vacina, de grupos de risco, de grupos com comorbidades e de idade avançada aguardam o fluir dessa fila para que chegue sua vez. O certo é: alguma providência precisa ser tomada.
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