Ninguém duvida que o Partido dos Trabalhadores é a locomotiva das esquerdas no Tocantins, como de resto no Brasil, por conta da força de sua bancada, dos mandatos do presidente Lula e do seu nível de organização.
Prova inconteste foi a movimentação para fora da órbita partidária, que se viu neste PED - processo de escolha direta - por todo Tocantins.
Nitidamente duas forças políticas se confrontaram: a do PT flexível aos governos, adaptável a quem governa, representado pelo ex-deputado estadual José Roberto e seu grupo e o PT raiz, composto pelos movimentos populares (do estudantil ao movimento sem teto, sem terra) e pela militância histórica.
Como ignorar por exemplo a força em Palmas de uma Rosimar Mendes, forjada na luta dos trabalhadores da educação desde os primórdios da capital? Sua vitória em Palmas, contra o candidato apoiado pelo Somos - mandato coletivo que estreou na política palmense este ano – é significativa demais.
Ela sucederá João Helder Vilela, homem polido, empresário, também PT histórico, que muitas contribuições já deu ao partido mas que se desencantou neste último ano de tantos embates internos.
Não há que demonizar ninguém das velhas lideranças petistas. A entrevista do vitorioso professor e advogado Nile William ontem ao T1 Notícias resume bem o espírito: olhar para a frente e construir com todos.
Um leitor do T1, seguidor do Instagram e obviamente posicionado à direita, perguntou ontem em um comentário na nossa página, em que essa eleição interna o interessa.
Na verdade tudo que ocorre nos partidos interessa aos leitores que gostam de política e acompanham a política tocantinense e palmense.
A eleição de Nile com o compromisso de manter o PT na oposição ao governo Wanderlei Barbosa não significa birra pessoal, mas o desejo do partido e das esquerdas no Tocantins em representarem uma opção ao eleitorado tocantinense.
Uma opção de governo, uma candidatura própria, um palanque orgânico para Lula no Estado.
Por mais que os últimos acontecimentos indiquem possível apoio de Wanderlei ao presidente na reeleição e do próprio prefeito Eduardo Siqueira Campos em Palmas, a militância petista aponta para a necessidade de ter alternativa própria ao governo.
E aí surgem nomes como o do preparadíssimo Paulo Mourão, do ex-prefeito Santana, de Colinas, do ex-deputado federal Célio Moura, do próprio Vilela em Palmas, entre outros.
Com Nile no comando e sem as amarras da política tradicional, o PT se propõe a sonhar de novo, com um tempo novo, de revigorar forças. E por extensão contagia a esquerda toda.
Uma vitória maiúscula e uma coleção de derrotados.
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