A sucessão da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa parece caminhar mesmo para confirmar o nome do deputado Amélio Cayres, do Bico do Papagaio, um dos mais antigos parlamentares da Casa.
Ele reuniu ontem 12 deputados, entre antigos, como Nilton Franco, Vilmar do Detran, Valdemar Júnior e novos, como a mais votada, vereadora Janad Valcari, e o estreante de primeiro mandato, advogado Eduardo Mantoan.
É muita gente ideologicamente diferente no mesmo barco, comandado por Cayres. Lá está, por exemplo, o vice-prefeito de Araguaína, deputado eleito Marcus Marcelo. Ele e Gipão, devem ser os dois únicos deputados de oposição ao Governo do Estado, que restaram do grupo de Ronaldo Dimas, que disputou a eleição contra Wanderlei Barbosa.
Exceção aos dois, todos os demais já conversaram com o governador. No caso da vereadora Janad Valcari, corre nos bastidores que quem conversou foi o ex-marido.
Além dos 12 deputados eleitos que aparecem na foto divulgada no perfil da deputada eleita, os vereadores Fabion Gomes e Júnior Geo também estariam apoiando Cayres. Geo posou para uma foto com Amélio, fazendo o sinal positivo. Fabion estaria em outro compromisso fora de Palmas e por isso não participou da reunião.
A PEC da jabuticaba, por Ricardo Ayres
Se tiver de fato esses 14 votos definidos, Amélio Cayres pode caminhar para fechar uma chapa única de consenso. O que paira no ar é o efeito da PEC Jabuticaba (só tem no Tocantins), construída pelo deputado Ricardo Ayres, ao que consta para beneficiar o deputado mais votado desta eleição, Léo Barbosa. Nela, fica emendada a Constituição Estadual para que no começo do primeiro biênio da legislatura, se eleja duas mesas diretoras: a primeira, seguida logo da segunda, com dois anos de antecipação. Uma pérola da democracia tocantinense.
A dúvida jurídica que pairava ontem a noite nos bastidores, é se Léo pode ser presidente da Assembleia Legislativa, órgão fiscalizador do Executivo, enquanto o pai é governador, em tese, o fiscalizado. Uma consulta neste sentido teria sido encomendada.
A PEC, assinada por Amélio Cayres, atende um cuidado do governo em já garantir quem sucederá o presidente eleito para o primeiro biênio da próxima legislatura. Um acordo amarrado para 4 e não apenas dois anos, que garantiria o deputado estadual Léo Barbosa como o próximo presidente.
Uma fonte ouvida pelo Blog disse que o documento garante que num eventual afastamento do governador Wanderlei Barbosa para ser candidato ao Senado, lá na frente (e possivelmente de Laurez para outro cargo), o governo possa ser assumido pelo filho.
Se for isso mesmo, Barbosa alcançará um feito que nem mesmo Siqueira Campos conseguiu: garantir que o filho o suceda.
Já outras línguas defendem a tese de que, em caso de cassação da chapa por abuso do poder político (na ação da contratação de 16 mil comissionados em ano eleitoral), nos primeiros dois anos, a eleição é direta. Não importando, portanto quem seja o presidente da Casa.
Já em caso de um hipotético afastamento no segundo biênio, é a Assembleia quem dá as cartas no jogo sucessório, como foi com o Rced de Marcelo Miranda, em que a Casa elegeu Gaguim; a renúncia coletiva de governador e vice, no caso de Siqueira e João Oliveira, em que a Assembleia referendou Sandoval e finalmente no clássico caso de Mauro Carlesse, sucessor de Miranda.
A sombra que paira é que quem pode o menos pode o mais e o nome de Léo Barbosa pode ser invertido do segundo para o primeiro biênio. E em caso de crise e empate, por exemplo, o deputado poderia surgir como uma opção de apaziguamento.
A conferir!
Confira aqui a íntegra da PEC.
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