A decisão de trilhar outro caminho que não seja a comunicação, ou o jornalismo político, neste momento da vida e da trajetória profissional, veio chegando para mim nos últimos meses, gradativamente.
Primeiro, a decisão de sair da condição de filiada, para a de militante e dirigente partidária, tomada em outubro do ano passado.
Em seguida e quase conjuntamente, a vontade de colocar-me à disposição como um dos nomes para a prefeitura de Palmas. A busca por uma alternativa à política tradicional, cansada e cansativa, tão lugar comum e repetitiva me moveu por seis meses em Palmas, no campo de esquerda, na Federação Palmas Brasil da Esperança.
Dessa construção, reflui no final de maio, preocupada com os rumos que a disputa vinha tomando. Virulenta, agressiva, mercantilista demais. E sem a organização e maturidade necessárias ao campo de esquerda em Palmas para se unir e viabilizar um projeto que furasse a bolha e contagiasse as pessoas. Que não necessariamente teria que ser com meu nome à frente.
O fato é, que segui nas últimas semanas, entre o chamamento do meu partido, o PC do B, meus correligionários, os amigos, os companheiros de caminhada nas diversas frentes nas quais milito; e o coração apertado em deixar a lida jornalística e enveredar de novo pelos caminhos espinhosos das campanhas partidárias na condição de candidata.
Esta foi uma decisão difícil para mim, discutida ao longo dos dias com a família, os amigos e a companheirada que já caminhava comigo na construção da pré-candidatura a prefeita.
Mas o sol finalmente raiou, rompendo as nuvens da dúvida. Compreendi que fui fazendo este caminho ao longo dos últimos meses, quando abracei a militância partidária.
Entendo que não dá mais para discutir a política de Palmas apenas na condição de observadora. Não nesta eleição. Não mais.
O pertencimento a tantos grupos, frentes de luta em que estive pela minha sobrevivência, pela existência e segurança das mulheres, pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, pela igualdade de oportunidades e de tratamento para as crianças atípicas e neurodivergentes, por um mundo de oportunidades reais para nossa juventude, no combate ao racismo e a intolerância religiosa...
Tudo isso que me consome na luta diária nos últimos 16 anos, no T1 Notícias, onde venho servindo à minha comunidade, como profissional de comunicação, chegou a um limite. O limite das possibilidades com as quais se pode lutar tendo como instrumento um veículo de comunicação.
E foi esta reflexão que me trouxe no dia de hoje, à decisão de deixar minha empresa, meu trabalho e calçando a sandália da humildade, o tênis branco e a velha calça jeans, lutar por uma Palmas mais includente, mais igualitária, menos opressiva para todas, todos e todes.
Assim amigos, me despeço por hora deste espaço, lhes digo até logo e sob as bênçãos de Deus, até breve.
Vou indo à luta nas ruas, casas, sindicatos, associações, universidade, igrejas, centros espíritas, quintais e terreiros atrás de construir o instrumento que me falta em todas estas lutas: o mandato, a tribuna e o voto num universo de 24 representantes desta cidade.
Sei que mais de 300 postulantes vão às ruas. Uns, muito melhor equipados que outros, material e financeiramente.
Mas o que seria da vida sem o sonho, sem a luta, sem a vontade de mudar o mundo?
Nada...
Deixo a direção do T1 Notícias a cargo do meu irmão e gerente comercial desta empresa, Nacim Tum, que comigo construiu este legado nos últimos 15 anos.
A redação deixo sob o comando da competente amiga, pioneira, jornalista muito preparada, Shirley Cruz. Sob a batuta dela nossa equipe de profissionais.
E é isso! Nos vemos nas ruas.
É lá que pretendo travar este grande debate.
Contem comigo sempre! E até a volta.
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