A prefeita Cinthia Ribeiro Mantoan, fechou a noite de segunda-feira, 14, com um Diário Oficial recheado de exonerações. No mesmo Diário, nomeações dos principais auxiliares em outras funções, além da chegada de novos nomes para compor o primeiro escalão.
A reforma é consequência direta da Operação da PF na Secretaria de Educação do Município e do subsequente afastamento dos três auxiliares que tiveram mandados de busca e apreensão.
A medida movimenta peças importantes de áreas sensíveis da gestão, impedido que - caso exista ainda algum esquema de cobrança de propina para que fornecedores recebam da gestão - ele seja continuado.
Secretaria de Finanças, responsável pelos pagamentos tem novo titular: Secretaria da Educação foi para o comando de Fábio Barbosa Chaves . Na Saúde, que tinha em Thiago de Paula Marconi um braço forte (chegando a acumular pastas importantes nos últimos anos), Ana Cristina Mota Brito Bezerra assume o novo comando. Lá, a prefeita enfrentava crises recorrentes, a mais comum sendo a falta de medicamentos nas Unidades de Saúde da Capital. Mesmo com autorização para requisições e compras emergenciais o secretário tinha dificuldades em sanar os desabastecimentos.
O silêncio como resposta
Os últimos dias, desde sexta-feira, day after das operações, foi intenso na prefeitura de Palmas. A primeira providência da prefeita depois do choque de assistir a apreensão de mais de R$ 3.6 milhões de reais na casa do secretário de sua extrema confiança, foi reunir a base.
Abatida e bastante abalada, a prefeita evitou gravações e pronunciamentos em sua rede, que ficou desabastecida até o domingo, dia dos Pais. Um comitê de crise foi montado para avaliar os próximos passos e conter o começo de uma crise política movimentada pelos desafetos e adversários.
Especialmente na Câmara de Vereadores – mesmo sem envolvimento da prefeita nos fatos apurados até aqui, ou investigação sobre sua conduta - o movimento para criar clima de afastamento começou a ser costurado pelos que têm interesse em assumir o Paço, e mudar o xadrez das próximas eleições.
Na sexta ainda, uma reunião com a base foi chamada. Ausente apenas o vereador Major Negreiros que estava fora. Uma coisa é unânime entre os pares: proteger a prefeita, tudo bem. Mesmo que alguns sigam insatisfeitos com sua cota de participação na gestão. Proteger a dupla Edmilson e Fernanda, jamais. Até por que o secretário de Desenvolvimento Urbano era de difícil relacionamento com vereadores e até colegas secretários.
Diante da complexidade do caso, Cinthia optou pelo silêncio, por aguardar o caminhar das investigações e se precaver de novas surpresas.
Vídeo da delegada acalma eleitores
A apreensão é a maior da história do Tocantins. Razão pela qual a insatisfação é grande também entre os delegados e agentes da PF com a soltura rápida do agora ex-secretário e do valor da fiança arbitrada, considerada ínfima diante do volume dos recursos apreendidos.
Mas foi justamente da PF, numa pergunta da jornalista Ana Paula Rebhein à delegada Renata que veio o antídoto que eleitores e apoiadores da prefeita precisavam para combater os memes e as antecipações de condenação na rua. Nele a jornalista pergunta e a delegada responde que a prefeita Cinthia não é investigada na operação.
O passo que se vê no Diário Oficial de ontem é o fim dos redutos de poder já assentados dentro da gestão da prefeita Cínthia. Ninguém mais é dono de nada.
A prefeita retomou para si o controle de todas as pastas que terceirizou aos de sua confiança quase que cegamente.
Ver o legado de uma gestão justa nas contas, favorável ao servidor, eficaz nas obras e serviços ser jogada na lama em 24 horas é uma lição dura demais para o excesso de confiança depositado por Cínthia Ribeiro em alguns.
Comentários (0)