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Dinheiro da venda de ações da Energisa para hospitais justifica operação

Com maioria na Aleto, governo avança na venda das ações da Energisa. Oposição, na voz do deputado Júnior Geo, alerta para perda de força na defesa por tarifas acessíveis

Crédito: Montagem/T1 Notícias

Acompanho com atenção a disputa política travada nas últimas semanas em torno da venda das ações remanescentes que o Estado do Tocantins – e não o governo – detém na Energisa.

 

Um passivo que pode se tornar ativo social de valia, se – conforme anunciado ontem pelo governo – sua destinação for atacar problema premente da sociedade tocantinense, especialmente a comunidade mais pobre, que necessita do atendimento do Estado.

 

Na política, como na vida, é preciso tomar posição. Assim, a posição do deputado Júnio Geo (PSDB), uma das poucas vozes oposicionistas que resta na Assembléia Legislativa, é justa e coerente com o que ele acredita e defende. Geo vem argumentando que a venda das ações fragiliza a defesa de uma tarifa de energia pagável. Porque baixa, impossível.

 

De outro lado, o governo entrou com o Projeto de Lei na Casa com a justificativa de que precisa do dinheiro para obras de infraestrutura. Diferente da Proposta de Lei anterior, ainda enviada à Assembléia Legislativa lá atrás, esta não especificava a aplicação.

 

Sim, porque obras de infraestrutura são várias.

 

Agora, com a modificação no texto, a indicação de construção de hospitais torna mais clara a aplicação deste recurso.

 

Nos bastidores a informação é de que prioridade são os hospitais de Araguaína e Gurupi. Melhor ainda seria se o texto legal trouxesse esta especificidade, para não dar margem à dúvidas.

 

O Tocantins tem mudado muito nas últimas décadas, sua paisagem urbana, e não só nas grandes cidades. Infraestrutura é investimento sempre necessário. O que não pode passar batido é o preço e a fiscalização da execução destas obras. Os processos movidos por iniciativa do MP ou as correções impostas pelo Tribunal de Contas ao longo dos anos buscaram combater superfaturamentos e obras mal executadas. Sem privilégio de nenhum governo sobre outros.

 

O que se vê no momento é que a discussão clareia e traz transparência a um tema que gerou – com razão – preocupação na sociedade tocantinense.

 

Houve um tempo que os recursos eram muito escassos. Um mundo sem PAC, sem emendas milionárias de bancadas, sem grande capacidade financeira de contrair empréstimos. Hoje a realidade do Tocantins mudou.

 

Com todo este novo cenário no entanto, a saúde sangra. Parece que todo recurso aplicado nunca é suficiente para sanar a demanda, que só aumenta. Me lembro da fala de um ex-secretário de saúde: quanto melhor o atendimento no Tocantins, maior a demanda, e por consequência, pior atendimento.

 

Com maioria esmagadora na Assembleia o governo Wanderlei Barbosa caminha para aprovar a venda das ações. Destiná-las a concluir os grandes hospitais nas regiões Sul e Norte do Estado traz alívio e terá com certeza o respaldo popular.

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