Eduardo Gomes pode até não ser candidato ao governo do Tocantins ano que vem, mas que tudo caminha para isto, caminha.
Sua liderança política, o trânsito entre todas as correntes políticas do Estado (o que não significa apoio de todos, mas diminui consideravelmente a disposição de adversários para atacá-lo), ficou nítida no evento de entrega de tratores, caminhões e máquinas a mais de 50 prefeitos, na sexta-feira passada, 30 de julho, num galpão da Agrotins.
Ao lado dele, estavam Carlos Gaguim, vice-líder do governo Bolsonaro, Professora Dorinha, do Democratas (que vê crescer a simpatia ao seu nome para uma eventual candidatura ao Senado), o deputado federal Célio Moura (PT) e o estadual, com aspirações a federal, Jair Farias.
Transitou por lá e foi saudado respeitosamente por ele o ex-deputado federal, ex-prefeito de Porto Nacional, e virtual candidato do PT às eleições ao governo, Paulo Mourão.
Essa boa relação, a postura diplomática e conciliadora, vem consolidando a liderança de Gomes entre os antigos companheiros de União do Tocantins.
Verdade é que a UT acabou, com Gomes nela. Nunca “abriu” dos antigos companheiros. Apoiou o ex-senador Vicentinho Alves na campanha das eleições suplementares e defende que Ronaldo Dimas tente se viabilizar, porque naquela admite que terminaram sozinhos, ele e Vicentinho.
Parênteses...
No Sudeste, Dimas escolheu um articulador fraco para marcar suas reuniões com prefeitos. Acabou gerando descrédito.
O comentário foi geral...
Fecha parênteses.
Falando de Gomes, nas eleições de outubro, apoiou e integrou a chapa de Mauro Carlesse. O governador, reeleito, terá que decidir se permanece no governo ou se sai para disputar o Senado. Nos bastidores, não é grande a animação de Carlesse em deixar o governo faltando nove meses para terminar. Por dois motivos: não gosta muito do legislativo (não tem aquele gosto pela Corte, em Brasília) e tem um pacote enorme de obras para concluir e deixar mais avançado.
Diferente do que podem pregar os aliados de Wanderlei Barbosa, não se trata de desconfiança no vice, mas de projeto mesmo. E para permanecer na política Carlesse poderia tranquilamente ser deputado federal.
Personalidade própria e história diferenciam Gomes
Se sair candidato a governador, Eduardo Gomes jamais poderá ser identificado como um mero companheiro de Carlesse, que foi apoiado pelo governador. Tem personalidade própria, longa história na política do Estado – começou vereador em Palmas – e será parceiro, sem relação de subserviência a ninguém.
Estar no MDB, de onde não cogita sair, traz as lideranças “modebas”para o seu palanque.
Quem imaginaria, por exemplo, Marcelo Miranda, depois do rompimento doloroso para as duas famílias e das consequências sofridas nos anos seguintes, com centenas de processos na justiça, cumprimentando Siqueira Campos pelos seus 93 anos e listando as obras e projetos de Siqueira, a quem sucedeu?
Aliás, a live em homenagem a Siqueira foi memorável, juntou amigos e antigos adversários num reconhecimento histórico ao governador. Uma ideia de Eduardo Gomes que foi ganhando corpo e se tornou um grande projeto, com vários apoiadores.
Faltou talvez um vídeo fazendo jus a participação de Brito Miranda, então deputado estadual, no governo Henrique Santillo, que articulou na Assembleia Legislativa de Goiás, a concordância com a criação do Estado do Tocantins, desmembrando-o.
Estes gestos, em vida, como diria o saudoso João Ribeiro, fazem toda diferença. E Siqueira Campos é merecedor, sem dúvida, desta homenagem.
Sobre Gomes, ouvi nos bastidores lá do evento da Codevasf, é o nome forte, entre os companheiros de Carlesse, para disputar com boas chances de vencer o governo do Estado.
Se for um nome sem expressão, corre à boca miúda: o risco é grande de perder eleição.
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