O assunto que toma conta das rodadas de conversas na política palmense é um só: quem conseguirá montar uma chapa de vereadores competitiva além da candidata do PL de Bolsonaro, que atingiu 61% dos votos válidos na eleição presidencial em Palmas?
Conversando com partidários de todas as frentes que estarão na disputa, o blog fez um radar de como está a situação dos principais nomes na disputa. Vale a pena conferir
Esperando Irajá
O vereador Rogério Freitas, do PSD, deve definir seus rumos para as eleições do próximo ano, nas próximas semanas. Simpático a Eduardo Siqueira ele poderá migrar para o grupo da deputada Janad Valcari. O prazo da janela partidária se encerra em 6 de abril, mas o vereador – que apoiou a ex-senadora Kátia Abreu e teve uma votação expressiva para deputado na capital – não conseguirá esperar tanto por uma definição de chapa proporcional em seu partido.
“O ano é de eleição, liguei lá (em Brasília), procurei o senador para conversar, mas a informação que eu tive é que o gabinete todo estava de férias”, comentou ele com o Blog. “Poxa, mas de férias em ano de eleição e nós todos aqui esperando?” reagiu o vereador. Ele já foi procurado pelo coordenador de campanha da professora Janad Valcari, pré-candidata a prefeita. Mas precisa se definir logo. Ou perde a vaga.
Esperando Cinthia
Enquanto isso no Paço, há quem espere até agora a definição da prefeita Cinthia Ribeiro – presidente do PSDB Estadual – para definir se sai ou não candidato/candidata nas eleições proporcionais deste ano. O que atrasa a garantia de apoios de lideranças, disputadas a tapa$.
O grupo que atualmente apoia a prefeita é majoritário na Câmara, mas faltam partidos em número suficiente para abrigar – com chances de eleição – todos os vereadores da base. Só no partido da prefeita são quatro vereadores de mandato: José do Lago Folha Filho, Eudes Assis, Major Negreiros e Waldson da Agesp.
Além deles, corre nos bastidores que há pelo menos quatro secretários, ou ex secretários com boas chances de eleição no radar da prefeita. A questão é que uma chapa com cabeça e meio, mas sem “o rabo da fila”, é camicase.
Amastha e o dilema da eleição passada
O ex-prefeito Carlos Amastha, pré-candidato ao Paço este ano - e que oscila entre terceiro e segundo colocado nas pesquisas de consumo interno dos partidos e federações – está no alvo de adversários poderosos que miram sua chapa proporcional. Um vereador e um suplente já figuram na lista proporcional da pré-candidata do PL, que circula nos bastidores. Oficialmente ninguém fala, mas também já se escuta pela cidade que os inimigos que fez no governo trabalham contra a formação da chapa proporcional do PSB.
O maior problema de Amastha no entanto pode nem ser este, confidenciou uma fonte do Blog. “O problema é o estrago que ele fez no partido na eleição passada. Ninguém confia no Amastha para nada. Se ele mantém a candidatura a federal, hoje estava eleito, era candidato forte à prefeitura e o PSB teria facilmente dois estaduais e os dois vereadores”, avaliam ex-aliados. E há quem aposte que Amastha vai terminar disputando vereança.
Eduardo: 24 horas na rua e pontuando bem, mas sem vereadores
Candidato que divide os votos da direita, mesmo que busque se apresentar mais ao centro, num espaço de boa convivência com todos que se apresentam para a disputa, o ex-deputado Eduardo Siqueira Campos não tem parado em casa. Sua agenda começa cedo e termina altas horas da noite. Que é o horário em que o pré-candidato do Podemos responde mensagens e retorna ligações.
Pontuando bem - segundo colocado - numa recente consulta das hostes palacianas, Eduardo tem se firmado bem na disputa pela preferência do eleitorado neste momento. Porém padece do mesmo problema que os demais pré-candidatos com pouca estrutura financeira: a dificuldade de formar chapa proporcional. O Podemos – que incorporou o PSC - tem Josmundo como vereador na capital e está fora das federações.
Bonagura: distante de Cinthia e abraçado com Janad
O deputado estadual Eduardo Bonagura – mais famoso como Eduardo do Dertins – tem seu partido, o Cidadania, federado com o PSDB, porém não tem proximidade nem relação política com a prefeita da Capital e presidente dos tucanos no Estado, Cinthia Ribeiro. Fora da disputa, ele representa um importante componente no jogo, pelo mandato e pela presidência do partido.
Declaradamente aliado da deputada Janad Valcari, o deputado tem pela frente o dilema da chapa proporcional. Mas pode ser beneficiado pela candidata majoritária na hora de distribuir os mais de 100 nomes que tem reunido em torno do apoio à prefeitura. A estimativa é que a candidata de Bolsonaro na capital tenha cinco chapas proporcionais lhe apoiando. “Lá no time da Janad, eles mapearam a cidade. De eleição de associação de bairro a conselho tutelar: passou dos 200 votos tá na listinha deles”, comenta um aliado.
Geo e Vanda: à espera de Cinthia e Wanderlei...
Ainda na berlinda do esperado apoio do governador Wanderlei Barbosa ou da prefeita Cinthia Ribeiro, navegam os deputados Júnior Geo e Vanda Monteiro. Fontes palacianas afirmam que Geo já teve seu bom momento, mas “azedou o doce”, votando contra pautas importantes do governo no final do ano.
“A Vanda agora é a bola da vez. Tanto no Paço quanto no Palácio”, garantem observadores mais atentos.
Mas e os candidatos de esquerda? Pode estar se perguntando o leitor. Este outro campo partidário vale outra análise.
O caso é que o tempo urge para todos. Este que é o mesmo ativo para os abastados e os menos privilegiados pelos fundos partidários, precisa ser usado com inteligência. Mas tem sido desperdiçado por líderes experientes. O que com certeza terá um preço.
Comentários (0)