O governador Wanderlei Barbosa, via Setas, determinou a retomada do programa de capacitação de jovens, em edital publicado na sexta-feira, 8, à noite.
É um passo à frente importante, no cenário de pobreza extrema que vive nossa população de baixa renda nesse pós pandemia. E resgatar jovens, de um caminho perigoso, visível no crescimento da marginalidade e falta de ocupação no Tocantins das pequenas e médias cidades, é talvez a política pública mais urgente que o Estado precisa enfrentar.
A contratação escolhida, depois da anulação do contrato da FLEM - praticamente seis meses depois de paralisado por determinação dos órgãos de controle – foi da Renapsi. A instituição é conhecida, tem sede em Palmas, executa programa na gestão da capital. Não é uma desconhecida. Seu nome remete à memória de Lucas Meira, que deixou legado na capital.
Nem bem circulou o edital na sexta e a matéria no sábado, 9, nas páginas virtuais do T1 Notícias, e se seguiram questionamentos. Especialmente de empresas preteridas no processo.
Um deles é a questão de que sem licitação não há disputa de preço. No caso específico da contratação da Renapsi prevaleceram os valores apresentados em proposta há um ano praticamente. Antes do episódio da contratação a jato da FLEM em dezembro. São aproximadamente R$ 107 milhões, e ao invés de capacitar 6 mil jovens em um ano, vai preparar e inserir no mercado de trabalho, 3 mil jovens, por dois anos.
A extensão do tempo de aplicação do programa, o fato de que foi planejado antes de qualquer turbulência de troca de governo no Estado, aliado ao fato de que há recursos em caixa para garantir que seja executado independente de quem ganhar as eleições, já é por si um alento.
Não tenho dúvidas de que os processos de seleção e contratação deste tipo de serviço precise de fato ficar mais transparente, e ampliar a possibilidade de participação. Assim como entendo que o governo precisa assegurar sempre a melhor possibilidade de execução no que toca à qualidade da capacitação a ser ofertada.
Por enquanto, é um alívio que esse programa saia do papel, e começe de fato a ser implementado. Para o futuro - e que não seja distante - o que a Setas precisa é tirar da gaveta os demais programas que combatem efetivamente a pobreza no Tocantins. Se o cenário era ruim antes da pandemia, muito pior agora. Imagina parar a distribuição de leite para crianças e estar até agora “analisando” se isso é necessário ou não. Parece brincadeira de mau gosto. Mas vamos ter fé, por que a carruagem voltou a andar.
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