O furacão que passou pelo Tocantins logo no começo da semana com a troca de comando no Palácio Araguaia, a partir da fase 2 da Operação Fames-19, transformou em intensa esta primeira semana de setembro.

 

A sexta-feira, 5, final desta semana tumultuada foi marcada pelo começo das andanças do governador em exercício, Laurez Moreira, começando pela Assembléia Legislativa e pelo presidente Amélio Cayres (Republicanos).

E pela presença da ex-senadora Kátia Abreu no estado e no Palácio Araguaia. Ela que divulgou foto entre os aliados do governador em exercício e disse ao Blog que está esperançosa com o novo time que Laurez está formando.

 

Por hora, Laurez tem além de Gutierrez Torquato, a proximidade da deputada Janad Valcari(UB), que foi ao Palácio acompanhar a primeira coletiva e fez um discurso de garantia de governabilidade, longe ainda de se posicionar como base.

 

Na Casa comandada por Amélio – pré-candidato ao governo – podem se aliar ao governo Laurez, caso o afastamento do governador Wanderlei Barbosa se mantenha, outros deputados. Alguns deputados já estiveram com Laurez, outros falaram por telefone, num trabalho feito pelo deputado Gutierrez.

 

A grande dúvida é se o afastamento de Barbosa permanecerá, uma vez que foi mantido pela Corte Especial do STJ, ou se o governador conseguirá um retorno ao cargo baseado em alguns argumentos.

 

O primeiro, de que os fatos investigados antecedem o atual mandato de governador; o segundo, de que a ação de lobistas e operadores em 2024 não tem ligação direta com Wanderlei. Esses atos continuados de cobrar e receber propinas, fraudar processos licitatórios, utilizar de institutos de fachada para receber e devolver boa parte de recursos de emendas, embora robustos, não aparecem ligados diretamente ao governador. Pelo menos não nas 85 páginas da decisão do ministro Mauro Campbell que circulam nos bastidores.

 

É certo que uma outra decisão – a que envolve e detalha acusações contra deputados – não está circulando. E nela podem haver outros fatos e ligações que a opinião pública desconhece, mas que a PF tenha conseguido explicitar com provas e diálogos.

 

Além do dinheiro, carros e jóias apreendidos na operação

O que circula em off nos bastidores da imensa operação, é que a quantidade de veículos – mais de 50 – e de jóias (suficiente para montar duas lojas Vivara, ouvi de uma fonte), apreendidos pela PF, assombram.

 

Todos estes bens, além de apreensões de dinheiro em espécie em posse de deputados e na casa do governador e primeira-dama, já ficariam retidos para uma  reposição de valores que a PF alega terem sido desviados num esquema de entrega parcial das cestas básicas adquiridas com recursos públicos e de emendas.

 

Em meio a tudo isso a dúvida que fica na população é: qual a possibilidade real de retorno do governador Wanderlei Barbosa ao cargo. Será uma passagem rápida pelo governo, a do vice, Laurez Moreira? Wanderlei conseguirá reverter o afastamento?

 

Assim termina a semana, com um feriado já programado para segunda. Na terça, o caldeirão volta a ferver.