Muita água rolou debaixo da ponte desde que Lula foi presidente, em segundo mandato, sucedido por Dilma Rousseff. Era o auge da carreira do falecido senador João Ribeiro. Amigo pessoal de Lula, João chegou a receber a visita dele no Hospital Sírio Libanês, onde ficou internado em estado grave de saúde antes de chegar a falecer.

 

A relação forte dos dois foi acompanhada e testemunhada pela então esposa do senador, Cinthia Ribeiro. À época, Cinthia atuava na política partidária como uma mulher que se interessa pelo debate. Chegou a comandar o PTN no Estado, mas não disputou cargo eletivo. O político da casa era o marido, João.

 

O tempo passou. O país sofreu um golpe orquestrado pela direita, que perdeu a eleição e Dilma, em pleno segundo mandato, sofrendo diversos desgastes, foi alvo de um impeachment sem razão maior que não fosse a necessidade a retomada do poder pelos arautos da direita.

 

O golpe pariu Jair Bolsonaro, tirou do esgoto da subpolítica verdadeiros monstros que não respeitam nenhum tipo de direito. Que não gosta de pobre. A elite reacionária se viu governada por um descontrolado. Os resultados estão aí: o Brasil passará por um processo de reconstrução de políticas públicas, depois de um longo, longo inverno.

 

As voltas que o mundo dá

 

Conservadora, da cartilha do social liberalismo do PSDB, Cinthia Ribeiro se viu pressionada pela sua base no segundo turno das eleições presidenciais a declarar apoio a Jair Bolsonaro, mas não o fez! 

 

Foi também convidada insistentemente a anunciar seu apoio ao presidente Lula. Uma forte aliada na campanha, a então senadora Kátia Abreu insistiu bastante para que este apoio formal viesse. Não aconteceu. A prefeita considerou que seria uma traição à base que elegeu o marido, deputado Eduardo Mantoan. Mas fez a sua escolha. E celebrou esta vitória.

 

Agora, que o mundo deu uma volta, que Lula foi inocentado de todas as acusações feitas contra ele sem provas e com delações questionáveis, outro tempo começou no Brasil.

 

É um tempo de dar as mãos e fazer a reconstrução. Até o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconhece a altivez e grandeza de Lula.

 

É neste cenário que temos a prefeita de Palmas, em segundo mandato, Cinthia Ribeiro (PSDB), voltando a conviver com o presidente mais aclamado da história da democracia brasileira.

 

A reaproximação só nos ajuda a construir – com as pontes da política – a garantia de apoio, em recursos humanos e técnicos, para que Palmas supere os problemas que tem na agenda e que dependem de ajuda federal.