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O alívio de ver populares vacinados na Capital e a falta de bom senso no interior

Os primeiros idosos vacinados em Palmas nesta quinta traz a sensação de esperança em meio a tantas denúncias de irregularidades de vacinação no interior...

Dona Divonete de Fátima Vieira vacinando nesta quinta, 11.
Descrição: Dona Divonete de Fátima Vieira vacinando nesta quinta, 11. Crédito: Arquivo pessoal

As cenas de idosos recebendo sua primeira dose da vacina (Coronavac, desta vez) em Palmas na manhã desta quinta-feira, 11, são impagáveis.

 

Um traço de esperança em meio ao caos que é ter que vigiar pessoas adultas e autoridades no cumprimento do seu papel e das orientações do Ministério da Saúde, que certas ou não, justas ou questionáveis, estão lá para estabelecer alguma lógica na hora de traçar prioridades.

 

Até aqui, desde que as primeiras caixas trazendo as 44 mil doses da Coronavac chegaram a Palmas para serem distribuídas por todo o Tocantins, a vacinação era uma coisa distante de nós, meros mortais.

 

Foi determinado que, os profissionais de saúde, que atuam na linha de frente do combate à Covid-19 devem receber os primeiros lotes de vacinas. Justo. Afinal, são eles quem tratam os doentes.

 

No grupo de profissionais de saúde, por serem insuficientes as vacinas, ainda seria necessário “refinar” as listas. Primeiro quem teve contato com pacientes. Depois, os terceiros que tiveram contato com quem tratou o paciente. E assim por diante.

 

E então começou o show de barbaridades pelo interior, onde o olhar dos órgãos de controle não é tão atento. Prefeitos liberando listas pelos seus próprios critérios, políticos, pessoais, de classe.

 

Gente do administrativo passando na frente de médicos e enfermeiros da linha de frente. Um show de horrores.

 

Como por exemplo: Colinas vacinar veterinários ao invés de iniciar o atendimento aos idosos, com o argumento de que todos os profissionais de saúde (humana) da cidade já teriam sido vacinados.

 

Em Palmas, prevaleceu o bom senso. Aqui os veterinários ficaram para depois. E as vacinas chegaram, mais de duas mil doses para os nossos idosos. Pais e avós que estão há um ano dentro de casa. Guardados da força destruidora desse vírus como podem ou podemos.

 

Sinceramente, no front da notícia, recebemos diariamente denúncias de todo o Estado sobre a malversação do uso das vacinas contra o Coronavírus; denúncias de operação tartaruga dos que na saúde, não querem a Coronavac e fazem “corpo mole” para esperar a Astrazeneca; denúncias de autoridades se valendo da autoridade que tem para se beneficiarem.

 

É exaustivo. 

 

Por isso que, ver as cenas das avós, pais e avôs se vacinando hoje na fila do drive-thru foi reconfortante. Nos dá uma idéia real de que a vacina existe, está aqui, e mais dia menos dias... Mais semana ou meses, chegará para todos nós.

 

Tomara. Tenho a impressão de que as pessoas não perceberam ainda a dimensão da tragédia que esta pandemia é e os efeitos, econômicos, sociais e físicos, de sequelas, que ela deixará.

 

Por pelo menos ainda três anos, vamos enfrentá-los: a pandemia, o vírus e suas variantes, e a ignorância.

 

Essa que faz jovens saudáveis se sentirem no direito de passarem na frente dos seus velhos na fila, numa completa e vergonhosa inversão de valores.

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