Com quem ficará o espólio da campanha de Mauro Carlesse ao Senado? Esta é a pergunta que todos se fazem diante do anúncio da desistência do ex-governador.

 

Desde o final de semana, eram grandes os rumores de uma desistência do ex-governador Mauro Carlesse da disputa pela vaga única ao Senado disponível nesta eleição. A assessoria dele, no entanto, negava e se mostrava confiante no resultado do julgamento, no TRE, do pedido de impugnação de candidatura feita pelo Ministério Público Eleitoral. Este que deve entrar em pauta nesta terça-feira, 6.

 

O anúncio no final da manhã desta segunda-feira, 5, caiu como uma bomba nos bastidores das candidaturas estabelecidas ao Senado, e analistas de plantão divergem sobre quem será o mais beneficiado/ou beneficiada com o espólio de apoios que já haviam sido conquistados por Carlesse.

 

Os dois mais expressivos eram em Gurupi, onde a prefeita, Josi Nunes, segue fiel à aliança com o grupo que a elegeu, e o do prefeito Auri Wulange, no Bico do Papagaio. A busca por lideranças fora do foco das principais candidaturas ao Senado, no entanto, vinha fazendo com que Carlesse pontuasse alto nas últimas pesquisas de intenção de votos.

 

A divisão destes apoios e, por consequência, votos, deve beneficiar - pela lógica - os candidatos de oposição ao Palácio Araguaia.

 

O primeiro, porque parte do grupo de Ronaldo Dimas estava com Carlesse. Se não faltar habilidade política - que Eduardo Gomes tem de sobra - e fundo eleitoral para assumir os custos, essa fatia dos apoios de Carlesse podem migrar para Amastha.

 

Nos bastidores, no entanto, ouve-se que o apoio do público evangélico a Mauro Carlesse dificilmente ficam com Carlos Amastha, e se bem trabalhados podem migrar para a professora Dorinha, independente se o candidato ao governo é ou não é Wanderlei.

 

Por outro lado, em Palmas, lideranças de movimentos de bairros e associativistas, que estavam com Carlesse - no vácuo da demora do anuncio do apoio da prefeita Cinthia Ribeiro a senadora Kátia Abreu - agora devem apoiá-la.

 

A desistência favorece aos candidatos com melhor estrutura.

 

Resta saber quem terá mais agilidade e desenvoltura para chegar primeiro e garantir estes votos.