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Os 37 anos do Tocantins e o merecido lugar de Siqueira na história

Siqueira em 2017
Descrição: Siqueira em 2017 Crédito: T1 Noticias

 

 

O Estado do Tocantins completa neste domingo, 5 de outubro seus 37 anos de criação, na Constituinte de 1988, no que foi o epílogo de uma história emocionante de lutas e o prólogo do que seriam as três décadas que se sucederam.

 

É um momento político delicado, por que chegamos ao alto destes 37 anos, com um governador afastado do cargo pelo STJ- Superior Tribunal de Justiça. Neste domingo dia 5, fazem pouco mais de 30 dias que o vice-governador Laurez Moreira assumiu o cargo, por determinação judicial.

 

O aniversário que chega dois anos após a morte de José Wilson Siqueira Campos, autor – ao lado de José Freire -  da emenda de criação do Tocantins, acolhida na Constituinte e fundida à emenda popular com milhares de assinaturas de tocantinenses daquele tempo, é significativo.

 

Marca um momento em que o Estado está consolidado, com economia forte porém ainda com desafios grandes em fazer acontecer sua justiça social, sua melhor distribuição de renda, sua retirada da pobreza de milhares de famílias tocantinenses. Muito embora tenha avançado nestes índices nos últimos anos, ainda falta muito para que o Tocantins seja o sonhado Estado da “livre iniciativa e Justiça Social”, pregada por Siqueira.

 

A polêmica da semana, envolve não estes desafios que se tornam prementes, mas como homenagear o eterno governador, por sua participação decisiva nesta história que é de muitos e que atravessou séculos.

 

Seu nome deve ser perpetuado para além dos livros e memória dos vivos, numa praça? A maior da América Latina, hoje chamada Praça dos Girassóis?

 

Ou seu nome deve estar na ponte da Integração, hoje chamada Fernando Henrique Cardoso?

 

Por fim, o motivo da polêmica foi a decisão da Câmara de Palmas em alterar o nome da principal e maior avenida da Capital, que homenageia Theotônio Segurado, primeiro líder a sonhar e defender publicamente o Tocantins.

 

Ninguém entende melhor de Siqueira do que Eduardo

 

A decisão, que na verdade referenda uma lei já aprovada anteriormente, chega num momento interessante da história. Quando seu nome foi dado à avenida, com o governador ainda vivo e nos seus áureos anos de poder, Siqueira aceitou a homenagem com uma condição: que isto ocorresse após a sua morte, e a depender da decisão de quem estivesse à frente do Paço. Isso lá no final da primeira década do novo século...

 

Quis o destino que nestes 37 anos de Tocantins, seja Eduardo Siqueira Campos, novamente o prefeito da Capital, sonhada, criada e implantada pelo Velho Siqueira, numa odisséia atualmente lembrada por muitos que a viveram ao lado dele nos primeiros anos de implantação do Tocantins.

 

Tenho ouvido estas histórias ao entrevistar personagens da história do Estado no nosso programa na TV Assembléia e no Canal do Youtube, Histórias que Vivi.

 

Conversando com o prefeito Eduardo sobre esse acúmulo de homenagens e troca de nomes de monumentos públicos, ouvi dele o relato de uma memória: a decisão do traçado da avenida Theotônio (prefiro grafar como o nome original do personagem homenageado) por Siqueira, contrariando os engenheiros e arquitetos do Grupo 4. 

 

Eles não achavam necessário uma avenida tão larga e com um canteiro tão extenso. “Me lembro dele abrindo os braços e insistindo que queria a avenida larga o bastante e com árvores no seu canteiro central, sonhando com seu uso e em como ela seria num futuro não tão distante”, conta Eduardo...

 

Para o prefeito, e filho, do fundador da Capital, esta seria a homenagem mais desejada por seu pai.

 

Por isso, neste domingo, dia 5, ele fará em carta aberta aos deputados estaduais, o pedido de que nem o Palácio Araguaia, e nem a ponte da Integração recebam o nome do seu pai. 

 

“A ponte pode e deve ser uma homenagem ao Dr. Moisés Nogueira Avelino, que fez o asfalto de Palmas a Paraíso. Tem mais lógica, é o segundo governador do Estado. Sugiro darmos a ele esta homenagem em vida...”, argumenta Eduardo Siqueira Campos.

 

O Paço Municipal se chamaria então Theotônio Segurado, mantendo a memória do desembargador, primeiro Ouvidor Geral da Comarca de São João das Duas Barras, cuja importância histórica foi resgatada pelo próprio Siqueira Campos que promoveu sobre ele pesquisas importantes.

 

A todos tocantinenses nascidos ou não, parabéns e obrigada pela luta

 

Num domingo que cabe parabenizar todos que de alguma forma contribuíram para esta luta separatista e de independência, reforço: é justa a homenagem a Siqueira no nome da maior avenida da cidade que criou para ser a capital do Estado.

 

Um Salve neste dia 5 a José Edmar de Brito Miranda e Totó Cavalcante (in memorian), a José Freire que vive hoje em Brasília sob os cuidados do filho, ex-deputado Freire Jr., a Darci Martins Coelho, a Moisés Avelino e a Raimundo Boi.

Um salve também aos operários que construíram e constroem nosso Tocantins, e salve as suas mulheres, como dona Raimunda, quebradeira, símbolo da resistência da mulher tocantinense. E salve dona Romana, que atravessa os tempos como essa escultura viva, exemplo de fé e de resistência do povo da Jacuba na nossa Natividade.

 

Salve meus amigos e irmãos jornalistas e repórteres fotográficos que partiram, mas antes deixaram seu legado no registro da história deste Estado. Onde estiverem, meu salve a Salomão Wenceslau Rodrigues, a Trajano Coelho e Trajano Coelho Neto, a Élson Caldas e Édson Lopes. A Matheus Jr. e a querida Kibb Barreto.

 

Todos eles e tantos outros que de alguma forma viveram e lutaram pelo fortalecimento do Tocantins, minhas homenagens neste dia 5.

 

Que o Tocantins retome rápida e brevemente os caminhos sonhados por Siqueira, pelas mãos de gente séria e comprometida de fato com o bem estar e desenvolvimento de uma gente tão sofrida. Milhares que ainda esperam por melhores dias por aqui.

 

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