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Processo parado em Brasília esfria relação Eduardo Gomes e Wanderlei

Promessa adiada a cada semana, da volta de Wanderlei, feita pelo senador Eduardo Gomes a aliados - "eu resolvo" - anda esfriando a relação dos dois líderes e enfraquecendo o animo da base...

Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado/Foto Wanderlei: Nielcem Fernandesrna

O grupo de prefeitos e deputados do entorno do governador afastado Wanderlei Barbosa(Republicanos) está perdendo a fé no mote: “Wanderlei volta amanhã”, sucedido pelo “Wanderlei volta em 72 horas” e “Wanderlei volta na semana que vem”.

 

Diferente do grupo técnico que permaneceu no entorno do governador afastado -  basicamente três secretários fortes – o grupo político é suscetível à expectativa da retomada de poder.

 

Os técnicos sabem como a banda toca, ou como me disse uma fonte esta tarde: “Nós sabemos como tramitam os processos, mas quem espera a interferência política do Senador fazer efeito está decepcionado sim”.

 

A responsabilidade, dizem acólitos próximos ao governador afastado, é do próprio Gomes, que fala com entusiasmo sobre a sua própria capacidade de mover as peças no judiciário em Brasília. Coisa que não tem acontecido.

 

Questionado outro dia num restaurante da Capital, sobre este retorno, o Senador teria atribuído o atraso à Operação Nêmesis e creditado a capacidade de desencadear operações à ex-senadora Kátia Abreu. O que teria provocado a resposta do amigo que perguntou: “então quer dizer que mesmo sem mandato a Senadora continua mais forte que você, Dorinha e os outros?”

 

Nos bastidores, acordo seria se Barbosa voltar, não disputar Senado

 

Segundo uma das fontes do portal o acordo de Wanderlei com Gomes para voltar teria sido feito após a garantia do Senador, vice-presidente do Senado: “eu resolvo”.

 

Neste traçado, Barbosa voltaria ao comando do Palácio e a chapa seria Prof. Dorinha ao governo, Eduardo Gomes e Carlos Gaguim nas duas vagas de Senado.

 

O problema é que 3 de Setembro a 27 de novembro, longos 84 dias se passaram. “Nem o HC e nem a petição sai do lugar. É decepcionante”, afirma um aliado de primeira hora, muito fiel ao governador afastado.

 

Perdendo pontos nas pesquisas de intenção de voto -  pelo desgaste natural do afastamento e das denúncias – Wanderlei vê Laurez Moreira expor os podres de seu governo, refazer acordos, cancelar envio de matérias à Aleto, e baixar as despesas do governo do Estado com custeio, aviação, entre outros.

 

Na Aleto, clima vai ficando acirrado em torno do impeachment e empurra Wanderlei para renunciar

 

Segurar a pauta do impeachment -  coisa que o presidente Amélio Cayres tem feito -  e resistir a complicar definitivamente a vida político eleitoral de Barbosa, também tem se tornado um tema complicado.

 

Após o protocolo do pedido do deputado Júnior Geo(PSDB) e a pressão das demais forças políticas em torno de Amélio Cayres, fica cada vez mais difícil segurar “na unha” a crise política. Amplificada pelo deputado federal e pré-candidato ao senado, Vicente Jr em entrevista que vai hoje no Portal T1.

 

Vicente aliás tem feito bem o dever de casa. Seu relacionamento com aliados (prefeitos, vereadores) é à moda antiga. Seu apartamento 502 em Brasília está famoso nas redes sociais por ser ponto de encontro e de passagem dos tocantinenses em peregrinação pela Capital Federal.

 

Esta semana recebeu o governador Laurez Moreira, secretários e parlamentares para almoçar. Vai dar trabalho e muito nesta disputa ao Senado.

 

Vicente Jr. que tem Eduardo Siqueira Campos (Podemos) de um lado, e Laurez Moreira de outro...

 

Ele é dos que não escondem a aposta: Wanderlei não volta mais. E nem poupa Eduardo Gomes. “Outro dia ele (o senador) deu entrevista a uma amiga nossa dizendo que ganharam a eleição com 70% dos votos contra 30%. Ué, tem alguma coisa errada aí... ele esqueceu de que lado ele estava? Quem ganhou fomos nós... eu estou onde sempre estive. Ele estava era do lado de lá”, alfinetou em visita ao Portal.

 

Do jeito que a coisa vai, já cresce no entorno de Wanderlei, além do abatimento um convencimento: melhor renunciar e evitar ser contaminado pela inegibilidade que o aceite do impeachment fatalmente trará. E correr atrás de construir outra narrativa para segurar a intenção de votos que ainda tem.

 

Como diz o cientista político das ruas, Bruno Ceará, no seu grupo Zona Mista: “O Tocantins é o Estado onde defender o errado é que tá certo”...

 

Ou como diria Salomão Wenceslau lá na redação dos que foram para o céu: “É, pois é, é isso aí”..

 

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