A semana começa com os ecos das decisões políticas tomadas - ou anunciadas - na semana que passou.
Ouvi de tudo sobre o gesto do vice-governador Laurez Moreira em anunciar sua filiação ao PSD de Kassab, sacramentando uma dobradinha com o Senador Irajá.
Nos bastidores, as rodas palacianas e gente próxima do governador vinham classificando Irajá como “um ex-senador no exercício do mandato”, para cravar o que muitos consideram a baixa chance de reeleição.
A questão é que disputa não se ganha de véspera e algumas jogadas no xadrez da política podem ir aos poucos tornando um caminho difícil, mais fácil.
Também ouvi que a mexida uniu um Laurez ainda fraco na disputa, com um Irajá também desidratado nas bases se comparado a Eduardo Gomes e ao próprio Wanderlei Barbosa. Somando-se a isto que o deputado Carlos Gaguim está decidido a disputar o Senado, após vários mandatos de federal e a passagem pelo governo em 2010.
De um político experiente que apoia Gaguim na capital, escutei semana passada: “vai ganhar eleição, não se iludam. Ele tem 70 prefeitos e está preparado para disputar, já fazendo compromissos”.
Assim, mesmo com duas vagas, a disputa não se apresenta fácil. O deputado federal Vicente Jr.(PP/UB) é outro que tem se mostrado hábil. Soube se posicionar “apeando” do governo temporário do pastor Carlos Velozo e retirando seu grupo, reforçou a relação de confiança com o prefeito Eduardo Siqueira Campos(Podemos) e vem há um ano aparando arestas e contornando possíveis obstáculos na disputa que irá enfrentar.
Por todos esses fatores, a disputa pelo Senado não será céu de brigadeiro para ninguém. Mesmo com duas vagas...
Voltando a Irajá e Wanderlei, avalio como uma jogada de mestre a filiação de Laurez Moreira, porque fortalece aos dois.
O vice-governador, que deixa companheiros no PDT, garantiu um fundo partidário robusto e tempo de TV maiores que no antigo partido.
Por outro lado, o posicionamento de Laurez ao lado de Irajá, cristaliza uma candidatura de oposição ao Palácio Araguaia.
Se até o momento a negativa de Barbosa em assumir pré-candidatura ao Senado poderia ser lida como uma manutenção do poder em torno de si, e uma possível estratégia de aguardar o momento certo para anunciar afastamento, a mexida no xadrez político do Estado, desautoriza essa leitura.
Dificilmente Barbosa entregará a máquina administrativa para Laurez em ano eleitoral. Ainda que alguns apostem na hipótese de que ele esgote o orçamento em três meses e deixe o governo com o vice engessado, não creio nela.
Ao contrário, vejo um Wanderlei obstinado em permanecer no cargo até o final, sustentando a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres ao governo e apoiando os senadores que “abençoar”.
A única nota fora nesta engenharia, é a deputada Janad Valcari na oposição ao Palácio Araguaia. Com suas pastinhas de documentos, denúncias de quem conhece a gestão por dentro e sem poupar os colegas parlamentares, Janad tende a ser um furacão incontrolável.
É assim que começa a primeira semana de setembro deste 2025. Um ano antes do período eleitoral.
Os jogos na verdade, já começaram.
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