A notícia da queda do avião Baron, nas primeiras horas do domingo me pegou na mesa do café da manhã, num dia que tinha tudo para ser alegre e ensolarado em Palmas.
A morte, de novo - esta traiçoeira – invadiu as manchetes abruptamente, desta vez roubando o futuro, os sonhos, as alegrias de gente jovem. Gente do futebol, paixão nacional.
Assim que confirmamos o nome da primeira vítima, o Lucas Meira, da Renapsi, do Palmas Futebol Clube e Regatas, o Lucas do Democratas, que quase foi vice-prefeito de Palmas, a dimensão da incredulidade tomou conta das redes sociais.
Em tempos de mortes por Covid-19 todos os dias, às centenas, no noticiário, tornou mais atípicas ainda as mortes do Lucas (32), do comandante Wagner (59), e dos meninos do Palmas: Praxedes (23), Guilherme Noé (28), Ranule(27) e Marcus Molinari (23).
Vídeos compartilhados no WhatsApp revelaram na dramaticidade das imagens do fogo na aeronave, a dureza que é uma morte assim: sem segunda chance. Sem escapatória. Sem sobreviver com sequelas. Acidentes aéreos não têm lado B.
Sei que cada um desses meninos tem sua história e serão pranteados por amigos, família, amores. Pela torcida do seu time e por essa rede de solidariedade que torna cada torcedor um amigo, cada fã do futebol um cúmplice.
Conheci Lucas no começo de 2017, apresentado pelo publicitário Vinícius Ribeiro. Ele estava organizando seus negócios na Capital e queria um espaço para falar de juventude e oportunidade, para motivar jovens.
E assim nasceu a coluna que ele assinaria por um ano.
Independente dos últimos acontecimentos, da sua imersão fulgás e que não foi bem sucedida na política palmense. Para além de qualquer questionamento sobre sua vida empresarial, Lucas deixa memória positiva em Palmas.
Escreveu seu nome e o da Renapsi na vida de centenas de jovens que tiveram oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Era um apaixonado pelo futebol e pelo Palmas.
Para mim fica a imagem de um cara cordato, gentil, inteligente.
Que numa das muitas moradas no outro plano da vida, Lucas, Wagner, Praxedes, Guilherme, Ranule e Marcus despertem acolhidos e embalados apenas pelo bem que fizeram e pelas boas memórias que deixaram.
Por aqui a vida segue. Fulgás.
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