O Governo Federal anunciou medidas para garantir maior equidade de gênero na segunda fase do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como "Enem dos Concursos". A principal mudança estabelece que, caso menos de 50% das pessoas aprovadas para a etapa discursiva sejam mulheres, será aplicado um ajuste para equiparar a proporção entre os sexos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 30, durante coletiva de imprensa.
"No resultado do CPNU 1, houve um percentual de mulheres aprovadas menor do que o percentual de mulheres inscritas. Duas coisas importantes são apontadas na literatura. Uma é a questão da dupla ou tripla jornada. Lembrando que a média de idades aprovadas no CPNU 1 foi entre 35 e 45 anos, ou seja, são pessoas que em geral já estão no mercado de trabalho, já têm filhos. E aí você exigir dessas pessoas, principalmente das mulheres, conseguir se dedicar aos estudos específicos para aquela prova, acaba que elas têm uma desigualdade com os homens", explicou a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Como funcionará a equiparação?
O CPNU seleciona candidatos para a segunda fase em uma proporção de 9x o número de vagas. Em um exemplo prático, para 20 vagas, seriam convocados 180 candidatos (65% ampla concorrência e 35% cotas). Se, nesse grupo, houver 65 homens e 52 mulheres na ampla concorrência, mais 13 mulheres serão chamadas para equilibrar a proporção. O mesmo critério valerá para cada cota, cargo e especialidade.
Novas regras de cotas
Além da medida de gênero, a segunda edição do CPNU seguirá a nova Lei de Cotas, com reserva de:
- 25% para pessoas pretas ou pardas;
- 3% para indígenas;
- 2% para quilombolas;
- 5% para pessoas com deficiência (PcD).
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou a importância da iniciativa: "Nós temos andado o Brasil, temos encontrado com as mulheres e tudo o que elas querem é estarem na agenda nacional, na agenda de equidade e propositiva. O Ministério das Mulheres está junto nesse processo. Vamos ajudar a divulgar em todos os nossos fóruns e espaços, para que a informação chegue a todas as pessoas que, porventura, tenham interesse nesse processo".
Insrições
As inscrições para a segunda edição do CNPU abrem nesta quarta-feira, 2, e seguirão até 20 de julho. Confira o edital aqui.
A taxa de inscrição será de R$ 70 para todos os blocos. Terão isenção inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea e formados que tiveram apoio do Fies e Prouni. O prazo para solicitar isenção será entre os dias 2 e 8 de julho.
Vagas
O certame ofertará 3.652 vagas para 32 órgãos federais. As oportunidades são para cargos de nível superior e médio, que serão agrupados em nove blocos temáticos, permitindo que o candidato, com uma única inscrição, concorra a diferentes cargos dentro de sua área de preferência. Do total, 2.480 serão de provimento imediato (1.972 de nível superior e 508 de nível intermediário) e 1.172 poderão ser convocadas a curto prazo, após a homologação dos resultados.
Processo seletivo em duas etapas
A novidade desta edição é a divisão das provas em dois dias distintos. Em 5 de outubro, todos os inscritos farão a prova objetiva:
- Nível superior: 90 questões (30 de conhecimentos gerais e 60 específicas), das 13h às 18h
- Nível médio: 68 questões (20 gerais e 48 específicas), das 13h às 16h30
Já em 7 de dezembro, os classificados nesta primeira fase realizarão as provas discursivas:
- Nível superior: duas questões dissertativas (13h às 16h)
- Nível médio: uma redação (13h às 15h)
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi contratada para aplicar as provas, que acontecerão em 228 cidades de todo o país. O concurso mantém o formato que unifica a seleção para diversos órgãos públicos federais, facilitando o acesso aos cargos públicos.
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