Alberto Youssef é condenado a 4 anos de prisão por empréstimos fraudulentos

O doleiro havia sido perdoado devido à delação premiada, porém como descumpriu a promessa e voltou a atuar no mercado paralelo, foi condenado a quatro anos e quatro meses por empréstimos fraudulentos

Doleiro Alberto Youssef, condenado a 4 anos
Descrição: Doleiro Alberto Youssef, condenado a 4 anos Crédito: Da Web

O doleiro Alberto Youssef foi condenado nesta quarta-feira, 17, a quatro anos e quatro meses de prisão por corrupção. De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, Youssef foi condenado por empréstimos fraudulentos no Banco do Estado do Paraná (Banestado), que fez uma série de operações ilegais com dólar em 1990 e 2000.

 

Conforme o jornal, o juiz argumentou que a ação penal provou que Youssef fez um empréstimo do Banestado das Ilhas Cayman, no Caribe, em agosto de 1998, no valor de US$ 1,5 milhão, depois de pagar US$ 131 mil de propina ao diretor de operações internacionais do banco, que recebeu o pagamento por saber da ilegalidade da operação. O empréstimo era para uma importadora de carros, chamada Jabur Toyoupar.

 

Alberto Youssef foi absolvido da acusação de gestão fraudulenta de instituição financeira, segundo a Folha de São Paulo.

 

A defesa do doleiro ainda pode recorrer da decisão.

 

Após acordo de delação premiada, o doleiro havia sido perdoado do crime em 2004, mas como desrespeitou a promessa de não atuar no mercado paralelo de dólar, o juíz federal Sérgio Moro reabriu o processo em maio deste ano. Moro é o responsável pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigava lavagem de dinheiro.

 

Desde o dia 17 de março deste ano, quando Youssef foi preso na Operação Lava Jato, essa é a primeira condenação do doleiro, que é acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.

 

Relação com o Tocantins

Recursos do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) foram investidos em fundos ligados ao doleiro Alberto Youssef, conforme divulgação da Revista Veja. Segundo a reportagem, a empresa controlada pelo doleiro conseguiu angariar cerca de R$ 23 milhões só de fundos de previdência entre os anos de 2012 e 2013. Desses, o Igeprev foi quem mais investiu na agência de viagens: R$ 12 milhões. 

 

No início deste mês o Tocantins voltou a ser mencionado na imprensa nacional em reportagem do Jornal O Estadão que flagrou Mauro Conde, então assessor de senador Ciro Nogueira, numa viagem comprovadamente paga por uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. Conforme apurado pelo T1 Notícias, Conde é ex-assessor parlamentar do deputado federal Eduardo Gomes e também passou pela assessoria do falecido senador João Ribeiro. Em Brasília, Conde é conhecido por agir na condição de lobista em liberações de emendas parlamentares.

 

 

Comentários (0)