Brasília - O desempenho ruim da economia brasileira no terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,60% em relação ao segundo trimestre, surpreendeu o governo e colocou a equipe econômica sob pressão para antecipar o anuncio de novas medidas de estímulo ao crescimento.
Poucas horas depois da divulgação do fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, participaram de reunião no Ministério da Fazenda para discutir detalhes das medidas, voltadas principalmente para dar fôlego ao investimento. Coutinho e Luciano se reuniram com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
As medidas deverão ser anunciadas na semana que vem, antes da viagem do ministro da Fazenda, Guido Mantega, à Paris, no próximo dia 10. O governo está fazendo uma remodelagem nas linhas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que é gerenciado pelo BNDES.
As linhas mais baratas venceriam em 31 de dezembro, mas o ministro já antecipou que serão prorrogadas. Novas linhas do BNDES deverão ser criadas para ativar o crédito. Segundo fontes do governo, o investimento já está voltando, mas é preciso de mais estímulo para atingir o patamar de crescimento de 8% a 10% em 2013.
Caminhões
Além da renovação das linhas do PSI, o governo também poderá prorrogar benefício de depreciação acelerada para caminhões e vagões de trens.
Essa medida reduz a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e ajuda a renovação do parque industrial. Ela foi adotada em agosto para compras até o dia 31 de dezembro e, agora, o prazo deverá ser estendido.
A ampliação da lista do setores beneficiados pela desoneração da folha está sendo fechada e pode ser anunciada também na semana que vem. Como mostrou na sexta-feira o Estado, um dos setores beneficiados será a construção civil. O governo também deverá lançar outras medidas para o setor da construção que visam antecipar os investimentos e o cronograma das obras. A ministra do Planejamento, Míriam Belchior, disse hoje que o governo tem uma ‘reserva grande’ para aumentar as desonerações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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