Os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 se encerraram neste domingo, 1º de setembro, e entram para a história como o que o Brasil mais conquistas acumulou. Após nove dias de competição, nossos atletas chegaram à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país somou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.
O último pódio do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Lima veio com o paulista Lauro Chaman. Ele foi ouro na prova de resistência no ciclismo de estrada. É a terceira medalha dele em Lima - já havia conquistado um ouro na perseguição individual de pista e uma prata no contrarrelógio de estrada.
O cearense Maciel Santos, da bocha, campeão individual na classe BC2, e prata por equipes em Lima, será o porta-bandeira brasileiro neste domingo, no Estádio de Atletismo da Videna (Vila Deportiva Nacional), no encerramento dos Jogos, na noite do domingo.
O Brasil deixa Lima como primeiro colocado no geral, com o dobro de campeões do segundo colocado no quadro de medalhas. Os Estados Unidos foram os vice-campeões na capital peruana com 57 ouros entre 182 no total. Apenas dois à frente do México, terceiro colocado, com 55 de 158.
Ao todo, 512 integrantes compuseram a missão brasileira em Lima, sendo 337 atletas, entre os quais atletas-guias, calheiros, goleiros e pilotos, que não possuem deficiência, de 23 estados e do Distrito Federal em 17 modalidades.
Desde os Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro 2007, quando a competição passou a ser realizada na mesma sede do Pan-Americano, a delegação Brasil é imbatível no topo do quadro de medalhas. Contudo, nunca superado 257 láureas e 109 ouros, recordes alcançados na edição de quatro anos atrás, em Toronto, Canadá.
“Foi uma competição desafiadora e, certamente os Jogos Parapan-Americanos mais difíceis que o Brasil já disputou. Foi uma campanha memorável do Brasil. Nossos atletas lograram mais êxitos do que nós prevíamos ou imaginávamos”, comentou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, ex-jogador de futebol de cinco (para cegos), bicampeão paralímpico (Atenas 2004 e Pequim 2008).
Desde o sábado, 24, dia seguinte à cerimônia de abertura no Estádio Nacional de Lima, o Brasil ficou à frente dos rivais, com uma média de 34 pódios diários. Neste cálculo, a média de ouros diárias era de 13 ocasiões. Das 17 modalidades em disputa, os brasileiros dominaram o quadro de medalhas em 11: atletismo, natação, bocha, halterofilismo, tênis de mesa, judô, badminton, taekwondo, goalball, além dos coletivos futebol de cinco (para cegos) e futebol de sete (paralisados cerebrais).
“Lima é o primeiro estágio dos grandes eventos do ciclo, serve como um excelente termômetro para avaliar nosso planejamento, que foi estabelecido em 2017 projetando os oito anos subsequentes. Tínhamos uma expectativa aproximada do que realmente alcançamos aqui, mas atingimos a meta, superamos a excelente campanha de Toronto 2015”, comentou Alberto Martins da Costa, diretor-técnico do CPB e chefe da missão brasileira nos Parapan de Lima.
Entre as performances individuais dos atletas brasileiros, duas chamam a atenção, ambas na natação. Daniel Dias alcançou a inédita marca de 33 medalhas de ouro em 33 provas disputadas em Parapans, desde o Rio 2007. Phelipe Rodrigues foi o competidor que mais ouros leva na bagagem de volta para casa. Ele participou de oito provas, ganhou sete ouros e um bronze.
Daniel chegou ao Parapan de Lima com 27 pódios. Nadou seis provas e manteve 100% de aproveitamento. Sagrou-se campeão nos 50m, 100m , e 200m, 50m costas, 50m borboleta, e revezamento 4x100m medley 34 pontos (soma da classificação funcional dos integrantes). Já Phelipe Rodrigues foi o mais rápido nos 50m, 100m e 400m livre, 100m borboleta, 200m medley, ouro nos revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley, e bronze nos 100m costas.
Os dois deixaram Lima na manhã deste domingo, juntamente com outros 24 nadadores da Seleção Brasileira, que disputam, a partir de 9 de setembro, o Campeonato Mundial, no complexo aquático do Parque Olímpico de Londres.
Resultados do último dia
O Brasil ganhou três medalhas por pares e equipes para encerrar a participação da bocha no Parapan de Lima 2019. O ouro veio com a equipe da classe BC3 (Evelyn Oliveira, Mateus Carvalho e Antônio Leme), que superou o Canadá por 4 a 3 no último duelo. Houve, ainda, duas pratas: equipe BC2/BC1 (Maciel Santos, Natali de Faria, José Carlos Oliveira e Guilherme Moraes) foi superada pela Argentina, assim como a BC4 (Eliseu dos Santos, Marcelo dos Santos e Ercileide Laurinda). A modalidade fechou a participação em Lima com sete pódios: três ouros, três pratas e um bronze.
No ciclismo, além de Lauro, Márcia Fanhani e a piloto Cristiane Pereira conquistaram o quarto pódio em Lima 2019. A dupla foi terceira colocada na prova de resistência de estrada, categoria B, atrás apenas de duas duplas canadenses. Elas já haviam medalhado no contrarrelógio e na perseguição individual de pista, além do contrarrelógio de estrada. A primeira medalha na prova de resistência do ciclismo estrada neste domingo saiu com Eduardo Pimenta, da classe H3. Ele completou o percurso em 2h00min10, com quase três minutos de vantagem para o segundo colocado, o americano Brandon Lyons (2h02min58). O argentino Oscar Biga ficou com o bronze (2h03min17).
No badminton, Ricardo Cavalli e Abinaecia Silva conquistaram ficaram com o bronze nas duplas mistas SL3-SU5, superados pelos canadenses Pascal Lapointe e Olivia Meier por 2 sets a 1 (21-16, 18-21 e 21-9).O curitibano Vitor Tavares foi o responsável pela primeira medalha de ouro do último dia de Parapan. O brasileiro venceu o americano Miles Krajewski por 2 sets a 1, com parciais de 21-18, 18-21 e 21-14 e ficou com o primeiro lugar na classe SS6.
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