Goiânia - Na véspera do Dia Mundial de Combate à Corrupção, dia 9 de dezembro, o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, passou um dia de solidão neste sábado na carceragem da Polícia Federal, em Goiânia.
Preso e condenado a 39 anos e oito meses de prisão por cinco crimes, incluindo peculato, formação de quadrilha e corrupção ativa, em processo relacionado à Operação Monte Carlo, Carlinhos Cachoeira não conseguiu ver sua mulher, Andressa Mendonça, almoçou sozinho numa cela vazia, e ficou à espera da transferência para Casa de Prisão Provisória (CPP) em Aparecida de Goiânia (GO).
Silenciosa e cabisbaixa, Andressa apareceu às 12h10min. Deixou uma sacola com roupas para o futuro marido - se casam no dia 22 - e evitou as câmeras e as entrevistas. Os advogados de Cachoeira também evitaram falar sobre o assunto, embora já se saiba que buscam um habeas corpus para livrá-lo da cadeia.
Além de Carlinhos Cachoeira, tido como chefe da máfia dos Caça-Níqueis em Goiás, outras sete pessoas também foram condenadas pelo mesmo processo.
Na sentença a Cachoeira, o juiz Aderico Rocha Santos entendeu que "o réu colocou em risco a ordem pública de tal forma que sua liberdade se constitui na desmoralização das instituições públicas, que foram controladas pelo mesmo e utilizadas em seu benefício para a prática de crime".
Diante da existência de "risco ponderável e concreto" de repetição de ação delituosa, o juiz decretou a prisão preventiva de dois anos, mais cautelar de fiança no valor de R$ 10 milhões. "É que o referido acusado já permaneceu preso por quase nove meses e a prisão por mais dois anos é o suficiente para afastar o sentimento de impunidade", escreveu.
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