Custos dos planos individuais de saúde têm maior alta desde 2007

Índice subiu 16,4% entre julho de 2010 e junho de 2012, aponta IESS. Variação reflete despesas com internações e valor elevado de próteses

 

Os gastos dos planos de saúde individuais (contratados por uma pessoa física, e não por famílias ou empresas) com cada usuário tiveram um aumento de 16,4% entre julho de 2010 e junho de 2012, o maior resultado desde 2007, quando começou a série histórica do indicador divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), financiado por seis operadoras (Amil, Golden Cross, SulAmérica, Bradesco, Intermédica e OdontoPrev) do país.

Essa alta na Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) – que avalia a diferença no gasto por pessoa feito pelos planos em períodos consecutivos de 12 meses – reflete principalmente o peso das internações, que tiveram um crescimento de 16,6% no período de julho de 2011 a junho de 2012, em comparação com julho de 2010 a junho de 2011. Em seguida, aparecem os tratamentos (15,1%), as consultas (13,3%) e os exames (9,8%).

 

Enquanto o VCMH subiu 16,4%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – usado pelo governo para medir a inflação geral – fechou em 6,1% no intervalo analisado.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, diz que o VCMH é sempre superior à variação do IPCA, tanto no Brasil quanto no exterior, mas essa diferença nunca havia sido superior a 10 pontos percentuais.

"Esse aumento nos custos das internações se deve ao valor muito elevado de materiais como próteses e órteses ortopédicas", diz. Isso porque a metodologia internacional do índice leva em conta fatores como o preço de materiais e procedimentos e a frequência de uso.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o gasto médio por internação no país aumentou 15,5% entre 2007 e 2011: eram R$ 3.219,56, e hoje são R$ 4.992,15.

De acordo com dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que representa 15 operadoras (como Allianz, Amil, Bradesco, Golden Cross, Intermédica, OdontoPrev, SulAmérica e Porto Seguro), as despesas com internações sofreram uma variação de 215,4% entre 2007 e 2012, passando de R$ 4,9 bilhões para R$ 15, 4 bilhões.

Alta por faixa etária
O mais recente VCMH aponta, ainda, que os beneficiários de planos com 59 anos de idade ou mais foram os que mais cresceram entre julho de 2010 e junho de 2012: 1,7%. Os usuários de 0 a 18 anos foram o segundo grupo com maior aumento, de 1,5%. Esses números refletem as duas faixas de maior procura pelos serviços dos planos de saúde – crianças e idosos.

Na amostra do VCMH, 23,5% dos usuários têm mais de 59 anos, enquanto na população essa parcela da população é de 10,8%, segundo o Censo 2010 do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o superintendente do IESS, há atualmente no Brasil cerca de 10 milhões de usuários de planos individuais – um quarto do mercado de saúde suplementar. A base de dados do instituto reúne 10% desse total.

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