Na tarde desta sexta-feira, 1º, o Estadão, publicou em seu portal de notícias, uma matéria com trechos da delação premiada do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, em que ele afirma que a Saneatins pagou propina de 1% sobre o valor de R$ 90,5 milhões de projeto, em 2011, para o deputado federal cassado Eduardo Cunha.
Em trechos da matéria Cleto detalha como começou a trabalhar no mercado financeiro, ao lado de Lúcio Bolonha Funaro e como conheceu Cunha. Além disso, relata ter indicado 12 operações milionárias com grupos empresariais que buscaram recursos do FI-FGTS, afirmando que não recebeu propina diretamente das empresas e que essa tarefa cabia a Cunha e Funaro.
Segundo o Estadão, Cleto afirma que não pedia nada para as empresas, não tinha contato com elas. Sua função, era eminentemente técnica, de um “profissional de mercado”. “Nunca pedi propina para ninguém, era sempre Eduardo Cunha ou o Funaro. Sabia pelo Eduardo Cunha o montante (da propina)”, afirmou.
Os porcentuais
Ainda segundo a matéria do Estadão, nos trechos da delação, Cleto diz que Cunha dizia que exigia 1% do valor de cada projeto: 80% desse montante ficava com Eduardo Cunha. Cleto recebia quantias menores que eram depositadas em uma conta sua na Suíça. Os depósitos eram realizados pela Carioca Engenharia. No acordo de delação que fechou, o colaborador se comprometeu a pagar R$ 5 milhões a título de multa, informa na matéria o Estadão.
As provas apresentadas
De acordo com o Estadão, Fábio Cleto entregou seus votos nas reuniões do FI/FGTS como prova. Os votos de Cleto foram requisitados pela Procuradoria-Geral da República à Caixa, mas ele próprio se antecipou e entregou a documentação aos investigadores. Depois que a Lava Jato analisou o conteúdo dos votos, Cleto fez inúmeros depoimentos na PGR, todos filmados, gravados e registrados formalmente. Cleto entregou, ainda, uma planilha de “prestação de contas” produzida por Funaro, descreve a notícia.
O novo delator da Lava Jato, Fábio Cleto foi exonerado da vice-presidência da Caixa em 10 de dezembro de 2015 por ordem da presidente afastada, Dilma Rousseff. Cinco dias depois, ele foi um dos alvos da Operação Catilinárias, etapa da Lava Jato que cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial e no gabinete de Eduardo Cunha.
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