Eclipse Solar Anular foi visível no Tocantins

Transmissão será feita pelo MCTI para todo Brasil pelo canal Youtube; no Tocantins, o projeto de extensão Astronomia na Praça, do Câmpus Gurupi da UFT organizou um evento para observar o eclipse

Crédito: Divulgação NASA

Neste sábado, 14, a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) foi aberta com a transmissão ao vivo do Eclipse Solar Anular. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio das sua unidade vinculada Observatório Nacional (ON), transmitirá pelo canal do Youtube do ON. O evento teve início às 11h30 da manhã e durará até 18 horas (horário de Brasília). Assista no link https://www.youtube.com/watch?v=SoS0tV61z9Y.  

 

O eclipse foi  visto como anular numa faixa de terra que passa por dezenas de municípios de oito estados do Norte e Nordeste brasileiro. Às 16h51, no horário de Brasília, a Lua estará alinhada entre a Terra e o Sol, deixando apenas um "anel de fogo" brilhante ao redor da borda da estrela central. Nos estados do Tocantins, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. No restante do país o fenômeno será parcial.

 

O eclipse anular do Sol foi transmitido em todo o seu trajeto desde a costa oeste dos EUA até o extremo leste do Brasil, graças às parcerias firmadas com órgãos internacionais Time and Date e a Nasa. Eles disponibilizarão as imagens dos telescópios dos EUA, América Central e Colômbia. Já o Brasil vai disponibilizar as imagens nacionais para o mundo.

 

Astrônomos amadores e profissionais, professores e divulgadores estarão distribuídos na faixa de anularidade para fazer a transmissão em tempo real, diretamente dos seus telescópios.

 

A Agência Espacial Brasileira (AEB) fez a retransmissão do ON por cerca de 3h, narrada em tempo real, a partir de Brasília (DF), nos estúdios da AEB em telão. Já o MAST retransmitirá pelas suas redes sociais @museudeastronomia numa parceria com o ON, além do parceiro Instituto Federal do Maranhão (IFMA) @tvifma.

 

A transmissão do eclipse via internet só foipossível graças à tecnologia backbone (intermediário na transmissão de mensagens e dados entre redes locais) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), unidade vinculada do MCTI. A ferramenta dá um panorama de tráfego e preserva a boa comunicação em altíssima velocidade. Uma equipe está envolvida no trabalho realizando diversos testes para garantir a perfeita visualização do fenômeno no dia 14/10.  

 

No Tocantins

 

No Tocantins, o projeto de extensão Astronomia na Praça, do Câmpus Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT) organizou um evento para a observação deste aguardado eclipse. Aos que desejarem conferir o grande eclipse anular, com equipamentos adequados, em segurança e acompanhados de estudiosos da astronomia - aptos a explicarem detalhes sobre o fenômeno -, o encontro será no sábado (14), a partir das 15h, no Bloco G do Câmpus. 

 

O  projeto de extensão Astronomia na Praça, coordenado pelo professor Marcio dos Santos Teixeira Pinto, do curso de Química Ambiental do Câmpus de Gurupi, começou neste semestre e visa, segundo o professor, "difundir o conhecimento de astronomia para o público em geral, mas com foco especial em auxiliar alunos e professores do Ensino Fundamental na compreensão desta ciência", explica. As atividades do projeto são conduzidas pelo professor Márcio, alguns discentes do Câmpus e outros colaboradores. Acompanhe a página do grupo no Instagram para saber mais. 

 

Não é raro

O eclipse solar não é fenômeno raro, explica a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Normalmente, o fenômeno ocorre uma ou duas vezes por ano. “Temos a sensação de que é um fenômeno raro, porque o eclipse é visível somente para quem está na faixa de totalidade ou anularidade. Mas em uma faixa bem maior da Terra, o eclipse é visível de forma parcial”, explica. O último eclipse anular do Sol, por exemplo, ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível no Brasil.

 

Segundo a astrônoma do Observatório Nacional, como o plano de órbita da Lua é inclinado cinco graus em relação ao da Terra, essa configuração não acontece na Lua Nova. “O tamanho da Lua que vemos aqui da Terra, que chamamos de diâmetro aparente, é, em muitos dias, igual ou até maior que o diâmetro aparente do Sol, ou seja, o tamanho que vemos o Sol daqui da Terra”, afirma Josina. Neste sábado , 14, o máximo do eclipse ocorrerá às 16h51, e o evento termina às 17h50 – totalizando 2 horas e 7 minutos.

 

Observação do eclipse

Josina faz alguns alertas para a observação do fenômeno. “Em hipótese alguma se deve olhar diretamente para o Sol, nem mesmo com o uso de películas de Raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro.”

De acordo com a astrônoma, a exposição, mesmo de poucos segundos, pode danificar a retina de modo irreversível. “Para olhar diretamente para o Sol somente com o uso de filtros solares apropriados, telescópios adequados e sob a supervisão de profissionais.”

 

Mas existem outras formas de projeção ou de observação indireta. “É bem fácil construir um aparato. Pode-se simplesmente usar um pedaço de papelão, como, por exemplo, uma tampa de caixa de pizza, e fazer um furo no meio. Coloca-se um papel branco no chão e direciona-se o furo para a direção do Sol. O eclipse é visto tranquilamente no papel no chão.”

 

“A transmissão ao vivo é uma excelente opção de observação segura, pois, transformará o fenômeno da anularidade que dura cerca de 4 minutos, em um evento de 6 horas”, diz a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional.

 

 

 

 

 

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