Na madrugada do domingo, 12, Omar Saddiqui Mateen, de 29 anos, abriu fogo contra o público da boate Pulse, em Orlando, na Flórida (EUA), no pior ataque a tiros da história do país e que foi qualificado pelo presidente Barack Obama de "ato de terrorismo e ódio". Quarenta e três pessoas seguem internadas após o ataque. A organização sem fins lucrativos Orlando Health, proprietária do Centro Médico Regional, próximo à boate e para onde foram levados os feridos, indicou nas redes sociais que no domingo foram realizadas várias intervenções cirúrgicas. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade nesta segunda-feira, 13, pelo ataque na boate gay, em transmissão na rádio oficial do grupo radical, Albayan. A mensagem qualificou o suspeito de ser autor do ataque como um "soldado do califado".
"O irmão Omar Mateen, um soldado do califado, realizou uma incursão de segurança com a qual conseguiu irromper no clube noturno de homossexuais de Orlando, onde matou e feriu mais de cem antes de ser assassinado", disse o EI através de sua emissora de rádio "Al Bayan".
O EI insistiu que "Deus permitiu [a Mateen] atacar os imundos cruzados (...)" e destacou que este atentado é "o maior registrado nos EUA pelo número de mortos".
Segundo a imprensa americana, Mateen expressou sua lealdade ao EI em um telefonema para o número de emergência 911 pouco antes do ataque. Oficialmente, as autoridades americanas ainda investigam a motivação do ataque e não confirmaram uma ligação direta do atirador com o grupo terrorista.
Em entrevista à imprensa, um porta-voz do FBI confirmou que a agência norte-americana acompanhava o atirador por suspeitas de laços com grupos extremistas.
Vítimas
Assim como a festa que acontecia dentro da boate gay Pulse, a maioria dos 50 mortos no ataque era de origem latina. Muitos dançavam no momento em que foram atingidos por Omar Mateen.
Segundo sua família, Mateen havia se irritado uma vez ao ver dois homens se beijando em Miami, motivo pelo qual as autoridades afirmam que o crime poderia ter sido por intolerância às pessoas LGBT. Até o momento, 33 vítimas foram identificadas, segundo a Prefeitura de Orlando. Veja abaixo mais informações sobre os mortos neste atentado:
Eric Ivan Ortiz-Rivera, 36
Nascido em Porto Rico, no Caribe, mudou-se para a Flórida para estudar e ter melhores condições de vida. Ele morava no centro de Orlando com seu marido e trabalhava em duas lojas para poder se sustentar. Segundo seu primo, Orlando González, ele tinha muito talento artístico e adorava dançar. "Sempre íamos às boates juntos. Ele gostava mais de música house, mas dançava qualquer coisa", disse.
Antes de ir à boate, ele fez um "esquenta" em casa. Depois, nunca mais voltou. González afirma que o marido de Ortiz, que não teve o nome revelado, ficou muito abalado. "Ele me ligou histérico de manhã atrás dele", disse.
Edward Sotomayor Jr., 34
Morador de Sarasota, a 210 km de Orlando, era gerente nacional da agência Al and Chuck Gay Travel. O amigo James de la Fuente, disse que ele era chamado Eddie da Cartola porque tinha uma cara diferente quando usava o chapéu.
"Ele era um cidadão do mundo, diversificado e justo. Franco e verdadeiro. Ele sempre fazia mais do que se esperava dele para as outras pessoas", disse.
O primo David Sotomayor disse que eles se viram pela última vez em uma gravação do reality show "RuPaul's Drag Race". "Ele era sempre parte da diversão", disse à agência de notícias Associated Press.
Stanley Almodovar 3º, 23
Nascido em Springfield, no Estado americano de Massachusetts, era técnico em farmácia em Clermont, na Flórida. Em sua página na rede social Facebook, seus amigos e familiares colocaram mensagens de condolências.
"Stanley foi uma das pessoas mais amigáveis que eu tive a chance de conhecer. Ele tinha uma personalidade muito fácil de lidar", disse a amiga Catilin Rodrigues.
Luis Omar Ocasio-Capo, 20
Segundo sua página no Facebook, ele era dançarino.
Luis S. Vielma, 22
Morador de Orlando. Segundo a escritora J.K. Rowling, Luis trabalhava no parque temático da série "Harry Potter". Rowling postou em sua conta no Twitter uma foto de Luis com o uniforme do parque e disse: "Eu não consigo parar de chorar".
"Ele sem dúvida nos fez pessoas melhores por simplesmente existir. Parte dele sempre viverá em qualquer boa decisão que eu tomar", disse o amigo Will Randle.
Juan Ramon Guerrero, 22
Estava no primeiro ano na Universidade Central da Flórida e trabalhava como operador de telemarketing, segundo seu primo, Robert Guerrero. "Ele era como um irmão mais velho para mim. Ele nunca foi o tipo de sair muito, preferia ficar em casa e cuidar de seus sobrinhos".
Segundo o jornal "Orlando Sentinel", ele foi à boate com seu namorado, Christopher Leinonen, que também foi ferido no ataque. As autoridades de Orlando ainda não confirmaram se Christopher morreu ou ficou ferido.
Peter O. Gonzalez-Cruz, 22
Nascido em Benoni, na África do Sul, trabalhava para a transportadora de encomendas UPS, segundo seu perfil no Facebook.
Kimberly Morris, 37
Eddie Jamoldroy Justice, 30
Darryl Roman Burt II, 29
Deonka Deidra Drayton, 32
Alejandro Barrios Martinez, 21
Anthony Luis Laureanodisla, 25
Jean Carlos Mendez Perez, 35
Franky Jimmy Dejesus Velazquez, 50
Amanda Alvear, 25
Martin Benitez Torres, 33
Luis Daniel Wilson-Leon, 37
Mercedez Marisol Flores, 26
Xavier Emmanuel Serrano Rosado, 35
Gilberto Ramon Silva Menendez, 25
Simon Adrian Carrillo Fernandez, 31
Oscar A. Aracena-Montero, 26
Enrique L. Rios Jr., 25
Miguel Angel Honorato, 30
Javier Jorge-Reyes, 40
Joel Rayon Paniagua, 32
Jason Benjamin Josaphat, 19
Cory James Connell, 21
Juan P. Rivera Velazquez, 37
Luis Daniel Conde, 39
Shane Evan Tomlinson, 33
Juan Chevez-Martinez, 25
(Com informações da Folha de São Paulo)
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