A ministra Kátia Abreu, fez uma coletiva de imprensa para prestação de contas dos seis primeiros meses de sua gestão à frente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) na manhã desta segunda-feira, 27, em Brasília. Na ocasião Kátia destacou os cinco principais pontos do trabalho desenvolvido no Mapa: modernização de processos, fortalecimento da defesa agropecuária, implantação de uma lei plurianual agrícola, criação de uma aliança nacional para inovação e pesquisa e ampliação da classe média rural.
A ministra disse que a pasta deve ser independente, com processos automáticos, independentemente do titular. “Queremos reconhecimento de uma instituição forte e capaz de atender a um dos principais negócios do Brasil, que é a agropecuária”.
Em relação à defesa agropecuária, ela afirmou que a área já é reconhecida internacionalmente, mas ainda pode ser fortalecida. “Temos a obrigação de aprimorar cada vez mais nosso sistema de defesa para que ele seja acima de qualquer suspeita”, destacou.
Mercado e parcerias
Os principais mercados abertos no primeiro semestre de 2015 têm potencial de incrementar em US$ 1,4 bilhão por ano as exportações brasileiras, a informação foi divulgada pela secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, durante a coletiva de imprensa.
No primeiro semestre deste ano, mercados importantes como Estados Unidos, Rússia, Argentina, África do Sul, Japão e Myanmar retiraram embargos ou começaram a importar produtos brasileiros, como lácteos, carnes bovina, suína e de frango, tripas e farinha de carne. O potencial de US$ 1,4 bilhão que esses mercados representam, equivale a 8,4% das exportações setoriais totais de 2014, que foi de US$ 16,42 bilhões.
“É importante destacar que esse valor é uma projeção do potencial que esses mercados representam. Duas semanas após a abertura do mercado da China, por exemplo, já embarcamos duas mil toneladas de carne para aquele país”, disse a secretária.
A ministra Kátia Abreu destacou as negociações para o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. "O Mapa está fazendo a sua parte para viabilizar a parceria, considerada estratégica para o agronegócio brasileiro", disse.
O Mapa apresentará sua oferta ao bloco europeu “o mais rapidamente possível”. “Estou muitíssimo otimista. Não podemos nos dar ao luxo de ficar de fora desse acordo”, pontuou a ministra, acrescentando que o governo brasileiro pretende fechar um acordo sanitário e fitossanitário.
“Como consequência das duas visitas que eu fiz a Bruxelas, a União Europeia nos informou há poucos dias que um grupo está sendo criado para estabelecermos o acordo sanitário e fitossanitário. Esse acordo representa um grande avanço e caminha para a facilitação do comércio, que é o pre-listing”, observou a ministra.
Plano Agrícola e Pecuária
O secretário de Política Agrícola, André Nassar, aproveitou para fazer um balanço do Plano Agrícola e Pecuária (PAP) 2014/2015. Para custeio e comercialização, foram aplicados 99% dos recursos disponibilizados, totalizando R$ 111,4 bilhões. Para o Pronamp e para a estocagem de álcool houve 100% de aplicação, totalizando R$ 10,85 bilhões e R$ 2 bilhões respectivamente.
Em investimento, foram aplicados 93% dos recursos, chegando a um total de R$ 41 bilhões. Para o Moderfrota/PSI Rural e Armazenagem (PCA e PSI Cerealistas), os produtores rurais tomaram recursos acima do esperado, chegando a 140% (R$ 11,5 bilhões) e 108% (R$ 4,9 bilhões), respectivamente. O Programa ABC chegou a 71% (R$ 3,2 bilhões), 37% acima da safra 2013/2014.
Crescimento
Nassar destacou ainda o crescimento do agronegócio brasileiro, apresentando o fechamento positivo do PIB agropecuário (+4,7%) e a criação de postos de trabalho, que de janeiro a junho abriu 31 mil vagas.
Seguro rural
Com relação ao seguro rural, Nassar ressaltou que o Mapa já realizou o pagamento dos R$ 390,1 milhões referentes às operações de 2014 às seguradoras. Para 2015, estão garantidos R$ 690 milhões em recursos.
A ministra Kátia Abreu enfatizou que o novo modelo para o seguro agrícola é totalmente voluntário, o que facilita a participação das entidades de produtores. “Vamos trabalhar modelos sustentáveis de seguro agrícola dentro do Grupo de Trabalho da Lei Agrícola, para melhorarmos o custo do seguro ainda para esta safra. Queremos que o produtor tenha um papel mais proativo com relação ao seguro agrícola, já que ele é o principal interessado. Assim, ele poderá negociar com mais eficiência”, afirmou.
(Com informações da Ascom/Mapa)
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