Familiares dos passageiros chineses do voo da Malaysia Airlines que desapareceu no dia 8 de março divulgaram nesta segunda-feira, 24, uma nota em que culparam a companhia aérea e o governo da Malásia pelo desastre, segundo o jornal britânico "Daily Telegraph".
A declaração foi divulgada horas depois que o premiê da Malásia, Najib Razak, declarou que o avião havia caído no sul do oceano Índico e que não havia sobreviventes.
"Se os 154 passageiros perderam suas vidas, a Malaysia Airlines e o governo e o Exército da Malásia são seus reais executores", disse a nota dos familiares reunidos no hotel Lido, em Pequim.
"Do dia 8 de março até agora, 18 dias passaram em que o governo e o Exército malaio tentaram constantemente adiar, ludibriar as famílias dos passageiros e enganar o mundo inteiro. Esse comportamento vergonhoso não apenas enganou e magoou as famílias mas também atrasou ações de resgate, desperdiçando uma enorme quantidade de recursos humanos e materiais e perdendo tempo valioso no esforço de resgate", afirmou a nota.
"Nós, familiares daqueles a bordo, submetemos nosso mais forte protesto contra eles. Vamos adotar todos os meios possíveis para punir os crimes imperdoáveis dos três", finalizou.
O voo levava ao todo 239 ocupantes, dos quais 154 eram passageiros chineses e 12 eram tripulantes malaios.
Ao serem informados de que o avião havia caído no oceano Índico e que todos a bordo haviam morrido, os familiares entraram em desespero. Eles haviam sido convocados para uma reunião extraordinária com representantes do governo da Malásia no hotel Pequim. Porém, antes mesmo do encontro, receberam uma mensagem de texto da companhia aérea anunciando os acidentes e as mortes.
"Lamentamos profundamente dizer que temos de assumir, além de toda dúvida, que o MH370 sumiu e que nenhum daqueles a bordo sobreviveu. Temos de aceitar que todas as evidências sugerem que o avião caiu no sul do oceano Índico", dizia a mensagem.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian" e com a rede de TV norte-americana CNN, paramédicos foram enviados para o hotel para prestar assistência às famílias -- e policiais, para contê-los.
Uma mulher se disse "desesperada e devastada". Outra mulher soluçava, chorava e chutava em direção às câmeras de reportagem presentes no local. Pelo menos uma pessoa foi retirada do local em uma maca.
Em Kuala Lumpur, a situação não era menos tensa. Equipes médicas foram colocadas de prontidão em pelo menos três hospitais para atender possíveis casos envolvendo parentes dos passageiros .
Questionada pela imprensa sobre se mandar uma mensagem de texto foi apropriado nesse caso, a Malaysia Airlines respondeu que "não mandou apenas um SMS".
"A mensagem foi levada cara a cara a todas as famílias nos hotéis. SMS e telefonemas foram feitos para aqueles que não estavam nos hotéis. Queríamos nos certificar de que todos fossem informados por todos os canais."
O MH370 ia de Kuala Lumpur para Pequim, mas desapareceu dos radares cerca de 40 minutos após o início do voo, no dia 8 de março.
(Com agências internacionais)
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