O julgamento dos acusados de matar a empresária Martha Cozac e seu sobrinho, Henrique Talone Pinheiro, de 11 anos, em outubro de 1996, no Setor Sul, em Goiânia, começou ontem, 7, indo até à noite, e foi retomado nesta quarta-feira, 8, na capital goiana. O interrogatório dos réus Frederico da Rocha Talone e Alessandri da Rocha Almeida, acusados de matar a empresária e o sobrinho dela, começou após a meia noite. Eles foram ouvidos após mais de 15 horas de depoimentos de testemunhas e informantes. O juiz que preside o júri, Eduardo Pio Mascarenhas, suspendeu os trabalhos por volta das 3 horas.
Frederico foi o primeiro interrogado e afirmou ao juiz que conhecia as vítimas e algumas testemunhas que prestaram depoimento ontem. Segundo Frederico, Martha Cozac foi até a casa dele e o convidou para trabalhar com ela. “Minha tia (Martha) foi lá em casa e me convidou para eu trabalhar com ela. Ela disse que estava sendo roubada e precisava de alguém de confiança para estar com ela”, relatou. Ele reiterou que trabalhou com ela a exatos 27 dias e que durante esse período tiveram uma “relação maravilhosa”.
Após cerca de uma hora do interrogatório de Frederico, foi a vez do acusado Alessandri da Rocha Almeida ser interrogado e ele falou até as 3 horas. Antes de dar detalhes dos fatos, o réu garantiu que é inocente. Disse que desde que entrou na Policia Militar, a única vez que foi envolvido com processo na Justiça foi pela operação Sexto Mandamento, que inclusive foi por causa desse processo da morte da Martha Cozac, mas, segundo ele, foi absolvido nessa ação penal. Ele afirmou que não conhecia a vítima. “Se eu tiver visto a Martha uma vez na vida é muito”, reforçou e apontou que no dia do crime não estava em Goiânia.
Nas quase 20 horas foram ouvidas sete testemunhas e três informantes arrolados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e 9 testemunhas de defesa. O juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, responsável pelo júri, interrompeu a fala de um dos advogados para pedir ordem no plenário quando houve manifestação dos familiares das vítimas e dos réus durante os depoimentos.
Comary Ferreira da Cunha, última testemunha ouvida na madrugada, disse que procurou o advogado Thales Jayme, por e-mail, dizendo que ficou sabendo pela imprensa sobre o julgamento e gostaria de depor. Ela era vizinha da Martha e disse que a casa dela foi roubada. “Você veio aqui com a intenção de ajudar alguém que seria injustamente condenado?”, questionou o MPGO. Ela afirmou que “Sim”. No decorrer do depoimento, o MPGO insistiu em requisitar o crime de falso testemunho contra a Comary, em virtude das diversas contradições que ela entrou. O magistrado apreciará o pedido.
Entenda o caso
Martha e o sobrinho foram mortos brutalmente a facadas, na propriedade da empresária, no dia 7 de outubro de 1996 em Goiânia. Ela foi encontrada com as mãos e os pés amarrados. O menino teria sido morto por ter presenciado o assassinato da tia.
Mesmo depois de tanto tempo, muitos moradores de Palmas se lembram do caso emblemático que ganhou repercussão nacional. O menino Henrique Talone, inclusive foi homenageado dando nome à escola municipal que fica localizada na quadra 210 Sul, no Plano Diretor da Capital.
As investigações apresentaram como principais suspeitos pelo crime, o policial militar Alessandri Rocha de Almeida e Frederico da Rocha Talone, que era funcionário de Martha. Eles teriam matado as vítimas para roubar cheques, cartões e o carro da mulher.
(Com informações do Jornal O Popular)
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