Durante entrevista à Folha de São Paulo, publicada na manhã desta segunda-feira, 25, a ministra da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu defendeu que as exportações são a saída para a crise econômica no País e destacou que o Brasil precisa ser "ambicioso e agressivo", no que diz respeito ao comércio internacional. A ministra criticou ainda alguns setores da indústria, que segundo ela, "são protegidos há décadas, acabam atrapalhando setores que já viveram em mais dificuldades, com menos subvenção, e que foram atrás da inovação e da tecnologia e venceram. Você já ouviu falar de filho de 40 anos que recebe mesada do pai dar certo? No comércio é igual: não pode receber mesada de pai a vida inteira. Não pode ter proteção".
Sendo enfática quanto à necessidade de lutar para manter o Brasil no mercado mundial e ampliar as exportações, Kátia Abreu comentou que “dizem que para uns viverem outros têm que morrer. Quando você abre um mercado, é claro que uns adoecem e outros falecem, mas é o jogo. E a quantidade dos que vão viver? Não tenha dúvida que é muito maior”.
Kátia Abreu comentou ainda que pretende ampliar a participação do agronegócio brasileiro no comércio mundial, dos atuais 7%, para 10% até 2018. “Hoje o Brasil significa 1,2% do comércio no mundo. O agronegócio brasileiro tem 7% do setor mundial e quero chegar em 10% até o fim do mandato [2018]”, destacou a ministra.
Com relação às metas para 2016, a ministra disse que “a presidente nos deu um foco: União Europeia, Oriente Médio, Índia, Tailândia, Indonésia e Filipinas. Mas não é uma escolha e uma exclusão, a presidente mencionou países onde teremos menos dificuldades de negociar junto com o Mercosul. Mas continuaremos insistindo na aproximação com os EUA e tentando um acordo de preferências tarifárias da China com o Mercosul”.
Kátia Abreu ainda aproveitou a reportagem para sair em defesa da presidente Dilma e disse que não há base legal para que aconteça o impeachment. “Acho que este debate sobre impeachment atrapalha muito a economia. Desloca energia do governo, do Congresso, de todos, e atrapalha a tramitação de uma agenda de solução da nossa crise econômica. Não há nada contra a presidente que possa levar a seu impeachment. O que tem feito a oposição? Quer o impeachment da presidente, aí fica procurando um motivo. Impeachment só tem sentido quando você encontra algo grave contra um presidente, e não o contrário”.
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