Ministro diz que silêncio do Brasil foi respeito

Para muitos, o silêncio foi interpretado como sinal de distanciamento entre o governo brasileiro e o Vaticano.

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, rompeu na quarta-feira (13) o silêncio de dois dias do governo brasileiro sobre a renúncia de Bento XVI. No lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse nos primeiros minutos do discurso: "Não há problema na relação entre governo e Igreja. Pelo contrário".

Carvalho disse discordar da avaliação de que o País teria demorado em se manifestar. "Não havia o que se falar. Foi uma atitude respeitosa." Ele também lembrou que nenhuma liderança da América Latina se manifestou sobre a renúncia do papa e afirmou que "atitudes são mais importantes do que falas".

 

Para muitos, o silêncio foi interpretado como sinal de distanciamento entre o governo brasileiro e o Vaticano. Mas o ministro-chefe buscou mostrar que o clima era outro, ao cantar animadamente o refrão da música da Campanha da Fraternidade, que tem como tema a juventude.

 

Entretanto, Carvalho procurou deixar clara a necessidade da independência entre Igreja e governo. Questionado sobre as expectativas de um cardeal brasileiro ser eleito papa, afirmou: "A Igreja não deve ser submissa ao governo nem o governo à Igreja". Já o secretário-geral da CNBB, Leonardo Steiner, afirmou que seria uma "honra" a indicação de um cardeal do País para chefiar a Igreja. "O Brasil tem chances", assegurou, sem arriscar qual dos cardeais estaria mais próximo do cargo.

 

Carvalho ressaltou que o governo brasileiro respeita a decisão do papa. Falando em nome da presidente Dilma Rousseff, disse que há "um desejo muito forte de que ele possa continuar contribuindo com a Igreja, no plano espiritual, nas orações e, enfim, na vida que está escolhendo".

Pedido

Na mensagem transmitida anualmente no início da Campanha da Fraternidade, Bento XVI pediu aos jovens brasileiros que sejam "protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, inspirada no Evangelho". O texto foi escrito no dia 8, antes da divulgação da renúncia. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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